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LETRAS CANCIONEIRO DA CAÇA
Esta é uma pequena parte da História da Aviação de Caça e daqueles homens que procuraram transmitir aos "noviços" a sua vibração, o seu ideal e as estórias de seu tempo, através da adaptação de letras às canções populares, procurando retratar o "momento da Caça" de cada época.
Em muitos casos, essas canções apareceram nos encontros casuais, foram progressivamente modificadas de modo a tornar difícil, na atualidade, a perfeita identificação de seus autores. Em outros, sabe-se exatamente a sua origem. E quando esta for a situação, será feita uma breve sinopse do episódio gerador da canção e citados, na medida do possível, seus autores.
A versão original deste Cancioneiro foi elaborada em 1965 pelo então Maj Bezerra, Comandante do 2o/1o Gp.Av.Ca., tendo sido apresentada, pela primeira vez, no Baile da Caça daquele ano (22 de abril). As músicas foram cantadas em coro à medida que o locutor, Ten Fleury (Fleury "Jatobá" - Piragibe Fleury Curado) lia o texto, tendo ao piano o acompanhamento do "Doc" Renato (Renato Machado Silva).
Nosso Cancioneiro começa com a letra original do "Pó Pó Pó" que é baseada em uma fábula intitulada "A Cobra e o Lagarto", que surgiu em julho de 1944, quando o Grupo de Caça, após chegar a Nova Iorque e permanecer alguns dias de quarentena em Camp Shank, deslocou-se de trem para a Base de Suffolk onde iria voar o P-47.
Não havendo o que fazer durante a demorada e desconfortável viagem, os Caçadores, liderados pelos Tenentes Coelho, Meira e Cordeiro se puseram a cantá-la em coro, lançando as bases para o Cancioneiro da Caça.
Após o regresso a Santa Cruz, o "Pó Pó Pó" se consagrou definitivamente, tendo no pós-guerra, o Ten Berthier como um dos mais entusiasmados solistas.
CANCIONEIRO DA CAÇA
"DUPLO DE FORMATURA"
O ano de 1989 foi um ano atípico no Esquadrão JOKER. Em virtude das inúmeras reformas empreeendidas pelo então Comandante, Major Rossato, Instrutores e Estagiários tiveram inúmeras oportunidades de se confraternizar, além das tradicionais Ximbocas(1), é claro!
Não faltaram mutirões de limpeza, mudanças de seções e toda sorte de trabalho de grupo realizado, evidentemente, durante os feriados e fins-de-semana.
Foi nesse ambiente que os poetas surgiram com suas novas idéias à medida em que o curso se desenrolava.
Através da irreverência de suas letras, Instrutores e Estagiários mostravam a sua versão da história, como nessa música onde os compositores (Egito, Baptista Júnior e Gérson) reportam a agonia de um duplo(2) de formatura(3) (música do Wando).
"DUPLO DE FORMATURA"
Deus me proteja
Pela falta de juízo
E o pior é que eu preciso
Dar um duplo pra você
As nossas vidas
Vão ficar só por um fio
De pensar, eu me arrepio
No que pode acontecer
De madrugada
Dei um brifim(4) detalhado
E o pior é que o coitado
Nem consegue se amarrar
Na decolagem
Mesmo após um esculacho
Insistiu em ficar baixo
Já pensei em abortar(5)
Olha a inclinação e não "vassora"(6) esse motor
Você é louco, eu sou mais louco que você
Pensa, não dá pé e não esquece de puxar
Voando assim é que você vai aprender
Mantém a relativa(7) e dá mergulho(8) por favor
Se eu não pego com certeza ia bater
Tenho uma família e quatro filhos pra criar
F.D.P., você não vai me matar.
Notas explicativas:
CANCIONEIRO DA CAÇA
"MELÔ DO TIRO AÉREO"
O ano de 1989 foi um ano atípico no Esquadrão JOKER. Em virtude das inúmeras reformas empreeendidas pelo então Comandante, Major Rossato, Instrutores e Estagiários tiveram inúmeras oportunidades de se confraternizar, além das tradicionais Ximbocas(1) , é claro!
Não faltaram mutirões de limpeza, mudanças de seções e toda sorte de trabalho de grupo realizado, evidentemente, durante os feriados e fins-de-semana. Foi nesse ambiente que os poetas surgiram com suas novas idéias à medida em que o curso se desenrolava.
Através da irreverência de suas letras, Instrutores e Estagiários mostravam a sua versão da história, a começar por esta música que retrata o duro cotidiano de um instrutor ao ensinar tiro aéreo para o novinho (letra de Egito, Baptista Júnior e Gérson sobre a música "Caça e Caçador de Fábio Júnior).
"MELÔ DO TIRO AÉREO"
Vou lhe contar um segredo
Escute o que eu lhe digo
Você tem que cepar(2)
Voar muito melhor
Pra parecer comigo
Não há mistérios na missão
É "piper"(3) lá e atira
Você tem que acertar
Pra sair Caçador...
Te ensino a reverter(4)
E a recuperar
E se atrasar no poleiro(5)
Diga logo pro outro se acertar
O I.N.(6) alopra na hora
Mas você parece não ouvir
E toda vez é a mesma estória
A missão vais repetir...
Você só quer saber
Como faz pra acertar
Neste pano(7)
Tudo já lhe ensinei
Mas você só zerando(8) ...
Só zerando!
Te ensino a reverter
E a recuperar
E se atirar enfiado
No reboque(9) você vai acertar
O I.N. alopra na hora
Mas você parece não ouvir
E no final é a mesma estória
A missão vais repetir...
CANCIONEIRO DA CAÇA
"A.V. À MODA ANTIGA"
Nada como uma Ximboca(1) regada a muita cerveja para inspirar dois românticos caçadores (Naumann & Magalhães) a fazer uma bela adaptação de uma conhecida canção.
"A.V. À MODA ANTIGA"
Eu sou aquele A.V. à moda antiga
Do tipo que ainda manda flores
Aquele que no peito ainda abriga
Medalhas, condecorações e amores
Eu sou aquele A.V. apaixonado
Que voa um avião muito engrenado
Apesar do velho "boot"(2) e da luva bem rasgada
Ainda afago com carícia a namorada
Eu sou do tipo que voa essas coisas
Que já não são seguras hoje em dia
As cartas de amor no meu macacão
E tua foto que acompanha junto do meu avião
Apesar de tantas viagens, conselhos e padrões atuais
Sou A.V. que a bem da verdade
Sofre por amor e ainda chora de saudade
Porque sou um Caçador apaixonado
Que curte a nostalgia dos rasantes(3)
Apesar dos lobisomens(4) e da Caça saturada
Ainda chamo de querida a namorada
Apesar dos lobisomens e da Caça saturada
Ainda somos Os melhores...
De toda essa p***** !
CANCIONEIRO DA CAÇA
"TIRO AÉREO EM CANOAS"
Prosseguindo com nosso cancioneiro, apresentamos uma música que conta a história de uma esquadrilha de AT-26 Xavante do Esquadrão CENTAURO que realizava missão de tiro aéreo em Canoas. Tal esquadrilha era liderada por um piloto já no 2º ano como líder, sendo o #3 da mesma turma e dois alas novinhos que, ao retornarem da missão, solicitaram uma passagem baixa na pista 30 de Canoas.
Após definida a final para passagem o #2 constatou que estava aproado com a pista errada, ou melhor, com a pista do Aeroporto Salgado Filho que fica relativamente próxima da pista da Base Aérea de Canoas. Após avisar ao líder sobre este equívoco, a passagem ainda pode ser feita, em diagonal, na pista de Canoas.
O final da história já virou versão, não importando os fatos e, dessa forma, é retratada na letra a seguir feita pelo Penedo em cima da música "Fio de Cabelo" de Chitãozinho & Xororó.
"TIRO AÉREO EM CANOAS"
Quando a gente voa
Qualquer pista serve para se pousar
Saí de Canoas
E fui para a área para atirar
Aqueles tirinhos
Que eu mandei pra ela não foram de fato
Bateram na água ou foram pro saco
Já era o presságio de um Caçador
Voltando
Com três novinhos e muita experiência
Para "Coruja"(1) logo dei ciência
Que na pista 30 baixo ia passar
"Coruja" mandou acusar quando na final
Mas a Torre P'Alegre entrou no canal
Sai do Salgado Filho, seu animal!!!
(1) - Coruja - Código-rádio da torre Canoas.