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LETRAS CANCIONEIRO DA CAÇA
Esta é uma pequena parte da História da Aviação de Caça e daqueles homens que procuraram transmitir aos "noviços" a sua vibração, o seu ideal e as estórias de seu tempo, através da adaptação de letras às canções populares, procurando retratar o "momento da Caça" de cada época.
Em muitos casos, essas canções apareceram nos encontros casuais, foram progressivamente modificadas de modo a tornar difícil, na atualidade, a perfeita identificação de seus autores. Em outros, sabe-se exatamente a sua origem. E quando esta for a situação, será feita uma breve sinopse do episódio gerador da canção e citados, na medida do possível, seus autores.
A versão original deste Cancioneiro foi elaborada em 1965 pelo então Maj Bezerra, Comandante do 2o/1o Gp.Av.Ca., tendo sido apresentada, pela primeira vez, no Baile da Caça daquele ano (22 de abril). As músicas foram cantadas em coro à medida que o locutor, Ten Fleury (Fleury "Jatobá" - Piragibe Fleury Curado) lia o texto, tendo ao piano o acompanhamento do "Doc" Renato (Renato Machado Silva).
Nosso Cancioneiro começa com a letra original do "Pó Pó Pó" que é baseada em uma fábula intitulada "A Cobra e o Lagarto", que surgiu em julho de 1944, quando o Grupo de Caça, após chegar a Nova Iorque e permanecer alguns dias de quarentena em Camp Shank, deslocou-se de trem para a Base de Suffolk onde iria voar o P-47.
Não havendo o que fazer durante a demorada e desconfortável viagem, os Caçadores, liderados pelos Tenentes Coelho, Meira e Cordeiro se puseram a cantá-la em coro, lançando as bases para o Cancioneiro da Caça.
Após o regresso a Santa Cruz, o "Pó Pó Pó" se consagrou definitivamente, tendo no pós-guerra, o Ten Berthier como um dos mais entusiasmados solistas.
CANCIONEIRO DA CAÇA
"CARNAVAL EM VENEZA"
Por volta de 1946, cantava-se muito uma marcha denominada "Carnaval em Veneza" que teve origem na guerra e que foi adaptada para contar as agruras de nossos pilotos na Itália. "Carnaval em Veneza" pode ser considerada atualmente, quase como um Hino da Caça, tamanha é a reverência que lhe é dedicada, sendo sua origem assim explicada pelo Coronel Ruy Barbosa Moreira Lima:
"No dia 07 de fevereiro de 45 decolou a Esquadrilha Azul sob o comando do Cap. Horácio Monteiro Machado, tendo como ala o Ten. Pedro de Lima Mendes o LIMATÃO, eu, como número 3 e o Ten Alberto Martins Torres, como número 4. Após executarmos o bombardeio picado destruindo completamente a ponte ferroviária a leste de Treviso, o Horácio desceu para o "strafing"(1) no eixo de Treviso " Veneza.
Foi justamente próximo a Maestre, pequena vila situada na área de Veneza, que o Lima Mendes viu, atacou e destruiu uma posição de Artilharia Anti Aérea alemã. A reação dos tedescos(2) foi violenta, só não atingindo a esquadrilha por pura sorte desta. Ao regressarmos a Pisa, paramos no Bar do Albergo Netuno para uma cerveja. Nesse instante os músicos do hotel estavam tocando "Funiculi Funicula", música semelhante ao nosso "Carnaval em Veneza", marcha de grande sucesso em sua época.
Comemorando a missão que acabarámos de fazer, chamei o Perdigão, Meira, Rocha e Pessoa para tentarmos uma letra parodiando o "Carnaval em Veneza" descrevendo as peripécias vividas naquela missão. Apesar do dia 07 Fevereiro de 45 corresponder à Quarta Feira de cinzas, no Carnaval de 1945, o ambiente no 1o Grupo ainda era de Carnaval.
Daí por diante não nos foi difícil colocar a letra na música. Procuramos apenas descrever a missão, com naturalidade e, como tudo que nasce espontaneamente, as palavras se ajustaram à canção, tornando-se o Hino do 1o Grupo de Caça na Itália. No dia seguinte lançamos o "Carnaval em Veneza" no "Clube Senta a Pua" com entusiásticos ADELFIS (saudação do Grupo de Caça) e tilintar de copos de diferentes bebidas".
Texto por: MB Rui Moreira Lima
Adendo da ABRA-PC ao texto acima:
A canção "Carnaval em Veneza", hino do 1o Grupo de Caça na Itália, é uma paródia adaptada da marcha de carnaval "Dança do Funiculí", lançada em 1941, de autoria de Benedito Lacerda e Herivelto Martins.
Embora muitos conheçam e denominem a canção original como "Carnaval em Veneza", esse não é o nome da marchinha, sendo tão somente uma das suas estrofes (veja aqui a letra completa da "Dança do Funiculí").
"CARNAVAL EM VENEZA"
Passei o carnaval em Veneza
Levando umas bombinhas daqui
Caprichei bem o meu mergulho
Foi do barulho, o alvo eu atingí
A turma de lá atirava
Atirava sem cessar
E o pobre Jambock(3) pulava,
Pulava e gritava sem desanimar, assim:
Flak(4), Flak, este é de 40(5)
Flak, Flak, tem ponto 50(6)
Um "bug"(7) aqui, um "bug" lá
Um "bug" aqui, um "bug" lá
Senta a Pua(8) minha gente
Que ainda temos que estreifar(9)
CANCIONEIRO DA CAÇA
L'ALOUETTE
Uma tradição que surgiu no deslocamento do "Camp Shank" para "Suffolk", foi L'Alouette, até hoje cantada nas reuniões dos Jambocks da Itália, tendo como maestro o Brig. Rui Moreira Lima. É interessante registrar que a conhecida música era a favorita de americanos e ingleses sediados na Cidade de Tarquínia.
A Esquadrilha de Demonstração, criada em 1981, no 2o/5o G.Av. em Natal, recebeu a denominação de "Alouette" como uma homenagem do Centro de Adestramento Tático e Recompletamento de Equipagens (CATRE) aos "Jambocks Guerreiros".
A música é iniciada e conduzida por um "maestro" que vai ensinando a letra, passo a passo para que a participante audiência, em "coro", possa repeti-la. A cada repetição do "coro" o "maestro" adiciona mais uma frase à canção ficando esta cada vez mais difícil de recordar e ser repetida pelos participantes. Alem da "gaiatice" do "maestro", da vibrante participação do "coro" de Caçadores, trata-se de uma teste de memória e de conhecimento do idioma francês !
L'ALOUETTE
(MAESTRO, TEXTO EM AZUL)
(CORO, TEXTO EM VERMELHO)
Alouette, chante l’alouette
Alouette, je te plumerai
Je te plumerai la tête
Je te plumerai la tête
Et le nez
Et le nez
Alouette
Alouette
ô...ô...ô...ô...
Alouette, chante l’alouette
Alouette, je te plumerai
Je te plumerai la tête
Je te plumerai la tête
Et le nez
Et le nez
Et les yeux
Et les yeux
Alouette
Alouette
ô..ô...ô...ô...
Alouette, chante l’alouette
Alouette, je te plumerai
Je te plumerai la tête
je te plumerai la tête
Et le nez
Et le nez
Et les yeux
Et les yeux
Et la bouche
Et la bouche
Alouette
Alouette
Ô...ô...ô...ô...
Alouette, chante l’alouette
Allouette, je te plumerai
Je te plumerai la tête
Je te plumerai la tête
Je te plumerai la tête
Je te plumerai la tête
Et le nez
Et le nez
Et les yeux
Et les yeux
Et la bouche
Et la bouche
Et l’oreille
Et l’oreille
Assim o "maestro" vai adicionando, em francês, o nome de partes do corpo, como se segue:
les cheveux
le cou
le bras
la main
le doigt
l'ongle
le nombril (l'umbigue)
l'alternative
E então o canto é finalizado:
Et le doigt
Et le doigt
Et l’ongle
Et l’ongle
Et nombril (l’umbigue)
Et le nombril (l’umbigue)
L’alternative
L’alternative
Alouette
Alouette
Ô...ô...ô...ô...
Alouette, je te plumerai...i...i...(PIANO BEM BAIXINHO)
Je te plumerai la tête
Je te plumerai la tête
Et le nez
Et le nez
Et les yeux
Et les yeux
Et la bouche
Et la bouche
Et l’oreille
Et l’oreille
Et les cheveux
Et les cheveux
Et le cou
Et le cou
Et le bras
Et le bras
Et la main
Et la main
Et le doigt
Et le doigt
Et l’ongle
Et l’ongle
Et le nombril (l’umbigue)
Et le nombril (l’umbigue)
Alouette
Alouette
Ô...ô...ô...ô...
Alouette, chante l’alouette
Allouette, je te plumerai
CANCIONEIRO DA CAÇA
Nosso Cancioneiro começa com a letra original do "Pó Pó Pó" que é baseada em uma fábula intitulada "A Cobra e o Lagarto", que surgiu em julho de 1944, quando o Grupo de Caça, após chegar a Nova Iorque e permanecer alguns dias de quarentena em Camp Shank, deslocou-se de trem para a Base de Suffolk onde iria voar o P-47.
Não havendo o que fazer durante a demorada e desconfortável viagem, os Caçadores, liderados pelos Tenentes Coelho (Marcos Eduardo Coelho de Magalhães), Meira (José Rebelo Meira de Vasconcelos) e Cordeiro (John Richardson Cordeiro Silva) se puseram a cantá-la em coro, lançando as bases para o Cancioneiro da Caça.
Após o regresso a Santa Cruz, o "Pó Pó Pó" se consagrou definitivamente, tendo no após-guerra, o Ten. Berthier (Berthier Figueiredo Prates) como um dos mais entusiasmados solistas.
A cobra e o lagarto (CANTOR SOLO)
pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró (CORO)
Fizeram uma carne assada
pó pó pó pó pó
O lagarto comeu tudo
pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Pra cobra não deixou nada
pó pó pó pó pó
A cobra ficou zangada
pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Resolveu se vingar
pó pó pó pó pó
Convidou mestre lagarto
pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Pra em casa ir jantar
pó pó pó pó pó
Dessa vez foi mais esperta
pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Comeu tudo es-con-di-do
pó pó pó...pó...pó
O "Pó Pó Pó" passaria por diversas mudanças e adaptações através dos anos, sendo considerado, hoje, como uma Canção Sagrada da Aviação de Caça. Normalmente só é cantada no auge das reuniões, sendo o solo geralmente, uma prerrogativa dos Caçadores mais antigos presentes.
Quando em uma manobra da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (E.A.O.Aer.) houve um tremendo "pega"entre os P-40 do 1o/14o G.Av. e os P-47 de Santa Cruz, que a versão atual começou a tomar forma definitiva. O P-40, submotorizado porém mais ágil, levava nítida vantagem nos engajamentos abaixo de 15000 pés.
Os P-47 entretanto, subindo, criavam situações extremamente desfavoráveis para o "Zé Gaúcho". Foi uma "pelada" memorável, na qual tomaram parte 16 P-40, 16 P-47 e mais 8 outros P-47 que faziam escolta dos C-47 em lançamento de páraquedistas. No total, "brigaram" 40 aviões de caça.
Com a chegada dos F-8 Gloster Meteor, em 1953, para o 1o Gp.Av.Ca. e 1o/14o G.Av, novos versos seriam acrescentados ao Pó Pó Pó, o que ocorreria também, a partir de 1957, com a chegada dos F-80 para o 1o/4o G.Av.
Tendo em vista que no confronto F-8 versus F-80 ocorria desempenho bastante similar ao do P-40 versus P-47 (com o F-80 levando vantagem baixo e engajado e o F-8 melhor em altitude e sem engajar) adicionaram-se mais alguns novos versos.
Entretanto, a canção só veio a tomar forma definitiva com a incorporação dos F-103 e dos F-5 na década de 70 e, evidentemente, novo temário surgiu gerando:
"PÓ, PÓ, PÓ DA CAÇA"
De zero a quinze mil pés
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Quem comanda é o Zé Gaúcho
Pó pó pó...pó...pó...
De quinze a vinte mil pés
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Na pelada entram os dois
Pó pó pó...pó...pó...
De vinte a trinta mil pés
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
O avestruz é o titular
Pó pó pó...pó...pó...
De trinta mil pés para cima
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Quem manobra é o meteor
Pó pó pó...pó...pó...
De quarenta até setenta
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
O Jaguar é quem aguenta
Pó pó pó...pó...pó...
Na subida e na manobra
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
F-5 é que é conbra
Pó pó pó...pó...pó...
De... ze...ro...a setenta...mil
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Quem comanda é a caça !
Pó pó pó...pó...pó...
Aproveitando o tradicional "PÓ,'PÓ, PÓ, já anteriormente alterado para novas versões, a nova geração de Caçadores criou mais uma nova letra.
Seu lançamento oficial ocorreu durante o jantar de premiação da TAC de 1984 em Natal.
"PÓ, PÓ, PÓ DO PIANO"
Do térreo ao 2o andar
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
O jambock vai levar
Pó pó pó ...pó ...pó
Se enroscar no corrimão
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Deixa com o Segundão
Pó pó pó ...pó ...pó
Se a subida for em rampa
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
É trabalho para o Pampa
Pó pó pó ...pó ...pó
Se na rampa escorregar
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Quem segura é o Jaguar
Pó pó pó ...pó ...pó
Se enroscar na portaria
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Deixa com Santa Maria
Pó pó pó ...pó ...pó
Na subida e na manobra
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
O peso do piano dobra
Pó pó pó ...pó ...pó
Se está gasto o degrau
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
É trabalho pro Pacau
Pó pó pó ...pó ...pó
Se o trabalho for braçal
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
É a hora do Natal
Pó pó pó ...pó ...pó
Se for grande o peso e a área
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
O trabalho é sem diária
Pó pó pó ...pó ...pó
Do térreo à cobertura
Pó pó pó, pi ri ri, pi ri ró
Quem carrega é a Caça
Pó pó pó ...pó ...pó
CANCIONEIRO DA CAÇA
"ÓPERA DO DANILO (ÓPERA DA CAÇA)"
A célebre "Opera do Danilo" se tornou praticamente a "Ópera da Caça". Ela narra o que um homem pode fazer quanto tem vontade, perseverança, coragem, esperteza e, sobre tudo, patriotismo.
Danilo Marques de Moura por influência de seu irmão Nero Moura, que viria a ser comandante do 1o Grupo de Aviação de Caça, resolveu ser aviador. Ingressou como voluntário no Grupo como 2o Tenente.
Esta ópera conta sua façanha ao escapar dos alemães e facistas italianos, após ter sido abatido pela artilharia anti-aérea, quando atacava uma locomotiva em uma estação ferroviária a leste da Cidade de Verona, no dia 4 de março de 1945.
A ópera foi composta pelo Tenente Luiz Felipe Perdigão Medeiros da Fonseca, aproveitando a veia artística dos Jambocks, propôs que se fizesse uma partitura de ópera contando a extraordinária aventura do companheiro que retornava.
Colaboraram com ele o Capitão Roberto Pessoa Ramos e os Tenentes Rui Barbosa Moreira Lima, Fernando Correa da Rocha, Marcos Eduardo Coelho de Magalhães, Cauby de Paiva Magalhães, José Rabelo Meira de Vasconcellos e Othon Correia Netto.
"PRIMEIRO ATO"
Inicia-se com o café da manhã servido aos pilotos que irão cumprir mais uma missão. Na sequência esses pilotos seguem para o jipão onde os espera o "Zé Maria" motorista mal-humorado que era responsável por levar os pilotos até o esquadrão.
Após o percurso com muitos trambulhões, segue-se para os aviões quando alguém grita relembrando a todos sobre os equipamentos, inclusive a fimadora K-25.
Com o brifim encerrado, ao som do tradicional grito de Senta a Pua, eles alçam voo sendo saudados pelo sizudo Zé Maria.
GARÇONETEVolete ancora pitanza?Café ancora volete?COROGratia tanta, oh garçonete,Já enchi bem questa panza.CAPITÃOMinha gente vamo'emboraCORONum minuto andiamo viaCAPITÃOJá está na nossa hora,Nos espera o Zé Maria
ZÉ MARIASou o Zé MariaBom motoristaFarei pra pistaViagem maciaCOROOh! Zé MariaQue maldiçãoQuanta agoniaE trambolhãoZÉ MARIANão estou sorrindoPara ninguémQuem vai se abrindoCOROÉ porta de tremÉ porta de trem
COROEnfim chegamosZÉ MARIAEnfim chegaisCOROVamos, vamosPara não nos machucarmos mais…Chega, chega, isto é demaisCAPITÃO E CORO, falando:Olha a bolsa da fugaCheca a cartaApanha o magazineQuem leva a K-25!
CAPITÃOEstá tudo combinadoNosso briefing terminadoJá sabem pra onde vamosComo é que mergulhamosCOROAgora "senta a pua"Capricha a decolagemZÉ MARIADesejo para todos, para todosÓtima viagem
Representa o ataque aéreo e a ação da artilharia anti-aérea alemã, percebe-se que um avião foi acertado e é o Danilo.
Este, por sua vez, se lança de pára-quedas a mais ou menos 1000 pés e, devido a isso, realiza uma aterragem sentado, vindo a ferir a língua, o que lhe ajudou ao longo da fuga já que ele não falava italiano.
Logo após a aterragem, Danilo é interrogado por alguns "partizans" (simpatizantes dos aliados) se é inglês ou americano, ele de pronto responde que é americano.
Contando com a ajuda dos partizans, Danilo pede roupas e informações da direção a ser tomada, quando então chamam o Signore (Senhor) Pascoalino, professor de geografia que mostra no mapa, a posição onde eles estavam.
"música CARNAVAL EM VENEZA"
UMA VOZLá vai o Jambock voandoPulando e gritandoSem desanimar assim:
"música FUNICULI FUNICULA"
COROFlak, Flak este é de quarenta!Flak, Flak, tem ponto cinqüenta!Um avião foi acertado!Um avião foi acertado!DANILOÉ o Danilo, minha gente, e eu já Vou me despejar!É o Danilo, minha gente, e eu já Vou me despejar!
"música BELLA FIGLIA DELL'AMORE - RIGOLETTO "
COROSiete inglese ou americane? (BIS)DANILOAmericane, americane (BIS)
"música TOREADOR - CARMEM"
COROAviatore que fa bombardeamento,Matando gente, trazendo luto!Adesso si há paracaduto!Mal'italiani,
"música RAPSÓDIA HÚNGARA No2"
COROCê bom sentimentoE noi vogliamo salva-lo questo momento!Cê bom sentimentoE noi vogliamo salva-lo questo momento!
"música SINFONY - FOXTROT"
DANILOPer piachere voglio una vestimentaQui io possa usare senza temerePer piachere dove sono ioE adove andareVoglio sapêre
"música BARBEIRO DE SEVILHA"
COROPiano, piano, piano, pianoPresto andiamo via de quáPrenda questa vestimentaVista e veja se lhe assentaPiano, piano, piano, pianoTropo bela vestimentaIl signore PascoalinoLhe dirá um bom caminoPiano, piano, piano, pianoPascoalino veni qui
PASCOALINOCosa?
"música QUESTA O QUELLA - RIGOLETTO"
PASCOALINOAl primo conte adove andare mio signorePra il monte ou para il fiumeQue direzione volete andarePresto, presto io non pó aspectare
COROPresto, presto lui non pó aspectarePara il monte para il fiumePara il norte ou para lestePASCOALINOQue direzione ancora volete ?DANILOIo andare é para nordolesteCOROLui andare é para nordoleste!
"TERCEIRO ATO"
A irreverência de Danilo é o ponto forte do início deste ato quando, em certo ponto de sua caminhada, ele pede um cigarro a um tenente alemão que praticava tiro ao longo da estrada.
Este então não só nega, como ordena que Danilo ajude uma moça que ali passava carregando um carrinho de mão cheio de cacarecos, ele então respondia que estava cansado e que ela não queria.
Vale ressaltar que ao se comunicar com o oficial alemão (tedesco), Danilo dizia "Ela non quere", frase que não faz sentido algum em italiano, que deveria ser: "Lei non vuogle".
A partir de então, nosso viajante bate de porta em porta, pedindo abrigo e comida, os italianos dão-lhe algum vinho mas negam abrigo, pois Danilo não possuia carteira de identidade.
Até que ele encontra um Signore que diz para ele voltar caso não encontre outro lugar. Assim, Danilo decide "matar o tempo e depois retornar', sendo acolhido pelo italiano.
"música TIP TIP TIP"
DANILOCigarreta? TenienteALEMÃONon c'e e non te dou niente,Fare una acion piu fina:Ajude quela bambina
"música CHI RI BI RI BI"
ALEMÃOAjude a bambina!DANILOEla non quereALEMÃOA poverinaDANILOEla non quereALEMÃOGrande vagabundo!Sai de qui!Ragazzo imundo!Mal'italiani son sempre cosi.
"música MADAME BUTTERFLY"
DANILO NA 1a CASAEstarei gratoPer um bicherinoDe aqua ou vino!Sono sfolatoPer la guerra,Nel bombardeamentoDe una l'altra terra1o ITALIANOMio poverinoPrende questo vinoDANILOVoleva ancoraDormire qui!Caritá!A carta perdí,De mia identitá
"música SANTA LUZIA"
ITALIANOMe senza carteraCosa puó fareSó bona seraAndare, andareDANILOPer piachereSenhor vedereITALIANOSenza portareUna carteraSó bona sera.
"música MADAME BUTTERFLY"
DANILO NA 2a CASAEstarei gratoPer um bicherinoDe aqua ou vinoSono sfolatoPer la guerra,Nel bombardeamento de una l'altra terra2o ITALIANOMio poverinoPrende questo vinoDANILOVoleva ancoraDormire qui!Caritá!A carta perdí,De mia identitá
"música DANÚBIO AZUL"
DONO DA CASAMa senza cartêraDANILOSi, si signoreDONO DA CASANon é brincadêraDANILOSi, si signoreDONO DA CASAFaremos cossiDANILOSi, si signoreDONO DA CASASairás de quiDANILOSi, si signoreDONO DA CASAE si una l'altraNon encontrarPoderás ritornarGracie tanta signoreGracie tanta,Rivederte, rivederte,Bona sera signore,Bona sera,Bona sera tanti auguri e prego
"música RIDE PALHAÇO - RIGOLETTO"
DANILOProcurar outraPosso não encontrarMelhor matar o tempo e depois ritornarAh! Ah! Ah! Ah!Mio signoreNão encontrei lugareITALIANOBene faça o favoreDe qui se acomodareDANILOAh! Ah! Ah! Ah!
Já próximo do Rio Pó, Danilo contou com a ajuda dos partizans para conseguir cruzá-lo. Esses simpatizantes vão conversar com os alemães que por um pouco de comida e vinho, fornecem um passe que Danilo usa para cruzar o Pó, levando consigo uma bicicleta.
Ao passar pela sentinela, cumprimentou-a com um sonoro "Heil, Hitler!!!"
DANILOJá andei, já andeiAndei dias sem parar,E agora aqui fiqueiSem o pó poder cruzarÉ demais, é demaisJá tomei uma bebedeira;No momento sou capazDe fazer qualquer besteira.
"música NO RANCHO FUNDO"
DANILOÓ meu amigo,Sei que tu vais me ajudar,E é por isso que contigoAdesso voglio parlareSo'uno aviatoreQue se há paracadutoNecessito uno favoreAdesso, questo minutoPARTIZAN falando:Cosa vogle?
"música PÓ PÓ PÓ"
DANILOIo voglio cruzar o PóCOROPó, pó, pó piriri, piriróPARTIZANSenza cartêra tu non pó
DANILOPó, pó, pó, pó, póVoi siete partisanoCOROSerá véro? Da vero será?PARTIZANNon é véro paisanoDANILOSi, si, si, si, siCom il tedesco vá parlareCOROEle irá, será que ele irá?
PARTIZANQuesto io non posso fare
DANILOPó, pó, pó, pó, pó
PARTIZANIo non se perque te ajudo,Mica po imaginare!Per salvar-te fare tudoCom il tedesco adesso iré parlareDANILOAcho que eu fui felizE que o golpe vai dar certo;Mas, com que agora fiz,Da prisão parece que andei bem perto.DANILOSe do Pó eu for além,Minha volta é quase certa,Só falta, para andar muito bem,Pedir esta bicicleta
"música ROSE MARIE"
PARTIZANJá te trovei passagem,E adesso voglie questa!Vá bene te daré l'altra vantagem:Portare via com la bicicleta.CAUBYOlha lá ! ! !DANILOSignore, gratia tanta!E toca a caminhar!A minha sorte hoje até me espantaAgora o próprio Pó eu vou passarDANILO FALANDOHeil Hitler! (para o alemão controlador do passo)
Finalmente nosso herói chega ao Quartel General Partizano nos Montes Apeninos e após alguns dias de interrogatórios, retorna ao Clube Senta a Pua, onde todos esperavam-no, ansiosos.
Foi saudado com um vibrante "Adelphi", homenagem raramente prestada a pilotos ainda vivos.
A história termina com o interrogatório do setor de inteligência da Força Aérea Brasileira.
"música LILI MARLENE"
PARTIZANCé americanoEm questo localeAndiamo de lontanoMá qui é il finale
"música AIDA"
PARTIZANS OLHANDO PARA DANILOSoto l'ApeniniSiamo arrivato del fiume acáDANILOQuá! quá! quá! quá!PARTIZANSNon ché piu tedesquiÉ una estansa propia aliatal signor tenienteGuarda má que bravo regazzoViva uno brasiliano aviatoreParacaduto!
"música LILI MARLENE"
DANILOAté que, per fim,Siamo arrivato!Olhem para mimIo sono molto gratoSó falta adesso, per aqui,Ver se consigo, ver se consigoTrovare alguno amigoCORO DE PARTIZANSTrovare alguno amigo
"música CAVALARIA RUSTICANA"
CORO DOS ALIADOSBenvindo, desconhecido!Vens do outro ladoAviador foragidoNosso aliadoAmigo é um prazerTer-te novamente!Que alegria por te verAqui presente
"TRAVIATA"
OFICIAL DE INTELIGÊNCIAPerdão!Com licença durante um bocadoDesculpem se tenho que os interromperSinto tornar-me tão pouco delicado,Mas há um serviço para se fazer.OFICIAL DE INTELIGÊNCIAEu sou o oficial de nossa inteligênciaE vim até aqui para encontrá-lo.Desejo informes de certa urgência,E então vou passar a interrogá-loOFICIAL DE INTELIGÊNCIASeu nome?DANILOÉ Danilo de MouraOFICIAL DE INTELIGÊNCIASeu posto?DANILOÉ segundo tenenteOFICIAL DE INTELIGÊNCIAB.O.?DANILOÉ três quarenta e cinco.OFICIAL DE INTELIGÊNCIAE agora me conte toda a sua história.DANILODesculpe, não conto e nem posso contar!OFICIAL DE INTELIGÊNCIAPor que?Meu amigo perdeste a memória?DANILONão é isso, o Miranda dissePara eu não falar.