BOLACHAS DE CAÇA
Nestas páginas são contadas breves histórias sobre a criação da 3ª Força Aérea (o nosso "Comando de Caça"), da Associação Brasileira de Pilotos de Caça (ABRA-PC) e das Unidades de Caça da Força Aérea Brasileira.
Descreve-se também a heráldica dos símbolos dessas organizações, que os aviadores passaram a denominar de "bolachas", devido à forma arredondada e dimensões similares às desse tipo de biscoito dos primeiros símbolos criados.
As bolachas são fator de motivação e de destaque, criando um forte vínculo entre as equipagens de combate da unidade aérea.
Normalmente são confeccionadas em separado, e depois costuradas nos uniformes de vôo (atualmente são fixadas com "velcro®").
Escolha na relação abaixo a bolacha a ser consultada.
2o ESQUADRÃO DO 3o GRUPO DE AVIAÇÃO
"GRIFO"
(Histórico e Origem/Descrição do Símbolo)
I - Histórico do 2o/3o G.Av.
Criado através da Portaria Ministerial no R-619/GM3 de 28 de setembro de 1995, o 2o/3o Grupo de Aviação é uma das mais jovens e aguerridas Unidades Aéreas da Força.
Subordinado operacionalmente à Terceira Força Aérea (IIIa F.Ae.) e administrativamente à Base Aérea de Porto Velho (BAPV), o Esquadrão GRIFO é oriundo da 2a Esquadrilha do 7o Esquadrão de Transporte Aéreo que operava em sua gênese as aeronaves C-95 Bandeirante, equipamento extremamente útil e adaptado à destinação daquela época. Sua tarefa principal era apoiar os Pelotões de Fronteira do Exército Brasileiro distribuídos ao longo da fronteira Oeste do Brasil.
O interesse internacional e o aumento da incidência de ilícitos na região amazônica, nos anos 90, despertaram a necessidade de contrapor, ocupar e desta forma garantir efetivamente a soberania do espaço aéreo brasileiro naquela região. Para tanto, na época de sua ativação, o 2o/3o G.Av. foi equipado com as aeronaves AT-27 TUCANO que iniciaram os primeiros movimentos de organização efetiva da Defesa Aérea Brasileira nos céus de Rondônia e de toda a Amazônia Ocidental.
Vista a importância desta Unidade no contexto brasileiro, em 2001 o Esquadrão Grifo foi elevado à condição de Unidade de Caça da Força Aérea Brasileira. Esta mudança ratificou sua destinação vocacional: “O emprego real de meios aéreos no cenário amazônico”.
Hoje o 2o/3o G.Av., além de cumprir essa destinação, forma líderes para a Aviação de Caça. Isso traduz o reconhecimento e a confiança depositados pelo Comando da IIIa F.Ae. e de toda a Aviação de Caça nesta Unidade Aérea.
É no ninho do Grifos que os Pilotos de Caça são “batizados” em missões reais, forjando assim a têmpera dos futuros comandantes da Força Aérea Brasileira.
II - Simbologia do "GRIFO"
Vindo de um tempo de misticismo, lendas e magia, o GRIFO, surgiu na região de Mesopotâmia por volta do ano 2.000 antes de Cristo. Vultosas criaturas aladas que, segundo a lenda, seriam consagradas ao Deus Sol. Possuíam um robusto e imponente tronco de leão, cabeça de cordeiro, orelha de cavalo, asas e bico de águia, cada característica com sua utilidade: o leão representa a força e o poder máximo, o cordeiro um animal sagrado; o cavalo um animal mais dócil; e a águia a altivez das aves de rapina e sua impiedade com os inimigos, a soberania da princesa das alturas.
Os Grifos eram formidáveis criaturas, reunindo as melhores características dos animais eram considerados como de gênese divina. Assim sendo, protegiam dos saqueadores e violadores os templos sagrados, ricos em metais e pedras preciosas. Esses animais receberam o título de “GUARDIÕES SAGRADOS” que simbolizam a força, a vigilância e o obstáculo maior a ser superado. O ataque fulminante dos Grifos, ante qualquer tentativa de furto, era surpreendente e certeiro, castigando a ganância e a avareza humana.
III - Descrição Heráldica do Símbolo
- Escudo francês, com o campo em “blau” (azul), partido em faixa (parte superior azul celeste, simbolizando o céu brasileiro; parte inferior azul marinho, simbolizando os rios da Amazônia).
- No chefe diminuto, em fundo “blau”, está escrito em “jalne” (amarelo), a sigla da Unidade Aérea, 2o/3o G.Av.
- No coração, também em “jalne”, está o Gládio Alado, símbolo do Comando da Aeronáutica, representando a presença da Força Aérea Brasileira na Região Amazônica contribuindo para a manutenção da segurança na região, bem como, da garantia da inviolabilidade do seu espaço aéreo.
- No contrachefe, brocante ao campo, uma faixa esmalhetada em “sinople” (verde) simbolizando as matas da região.
- As demais figuras dispostas no campo representam uma batalha aérea, ou seja: no cantão destro da ponta, brocante, um Grifo (guardião sagrado) estilizado em “jalne” representa o líder de um elemento que ao iniciar um mergulho para um ataque ao solo, cuja trajetória é descrita “goles” (vermelho), percebe estar sendo atacado por um Basilisco estilizado (réptil fantástico símbolo da impureza) em “sable” (preto), no flanco sinistro logo abaixo do chefe. O Grifo inicia uma recuperação a fim de fazer frente à ameaça iminente do Basilisco e engajar o combate.
3o ESQUADRÃO DO 3o GRUPO DE AVIAÇÃO
"FLECHA"
(Histórico e Descrição do Símbolo)
I - Histórico do 3o/3o G.Av.
Desde os anos 70 já era comentada, nos diversos escalões operacionais da Força Aérea, a necessidade do estabelecimento de uma Unidade Aérea que pudesse efetuar a vigilância e o policiamento do espaço aéreo, continuamente, nas fronteiras centro-ocidentais do Brasil. Pela localização geográfica e pela infra-estrutura existente, a Base Aérea de Campo Grande seria o local mais adequado para centralizar as operações desse novo esquadrão. Com a criação do 1o/3o G.Av., sediado na Base Aérea de Porto Velho, em 1995, tornou-se mais evidente a vulnerabilidade do espaço aéreo nas fronteiras do Pantanal Matogrossense e áreas adjacentes; se na Amazônia, tão distante dos grandes centros urbanos do Brasil, verificava-se uma grande incidência de tráfego aéreo ilícito e desconhecido pelos órgãos de controle, estava claro e certo que um número muito maior de aeronaves cruzava nossas fronteiras próximas ao pantanal incólumes, sem nenhuma força que pudesse interferir nas suas atividades criminosas.
Ainda neste mesmo ano de 1995, a 2a Esquadrilha de Ligação e Observação (ELO), até então sediada na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (Rio de Janeiro), é transferida para a Base Aérea de Santa Cruz e passa a operar em maior contato com as Unidades Aéreas do Comando Geral do Ar (COMGAR), principalmente com aquelas operadoras de T-27 "Tucano". Pioneira e experiente na utilização operacional dos T-27, desde 1986, a 2a ELO intensifica seus vôos de treinamento em missões da extinta Aviação de Ataque e, juntamente com o 1o/5o G.Av., sediado na Base Aérea de Natal, e os "Terceiros", define uma doutrina de formação e de operação muito próxima da utilizada pelas Unidades da Aviação de Caça.
Com o início do funcionamento dos radares de detecção do SIVAM e com a realização de Operações de Defesa Aérea nas fronteiras ocidentais do Brasil, verificou-se que o tráfego ilícito na região da tríplice fronteira era maior que o esperado. Em virtude disto, era necessário estabelecer um plano de recebimento das aeronaves ALX, os A-29, projeto em desenvolvimento pela EMBRAER, que trouxe novos conceitos e a opção de uma aeronave mais versátil para o cumprimento das missões atribuídas às Unidades de Caça operadoras de T-27. O Comando da Aeronáutica já havia feito um contrato para a aquisição destas aeronaves, com algumas cláusulas ainda não definidas.
Estudos de Alto-Comando definiram, no decorrer de 2001 e de 2002, mudanças que visavam harmonizar o quadro complexo que se formara. Assim, a partir de julho de 2001, o 1o/3o G.Av. e o 2o/3o G.Av. tornaram-se Unidades de Caça; a Aviação de Ataque foi extinta em outubro de 2001; o 1o/5o G.Av. formou a ultima turma de pilotos de Ataque em 2001, e foi transferido para Fortaleza (CE); o 1o/4o G.Av. foi transferido para Natal (RN); e a 2a ELO passou a subordinar-se à IIIa Força Aérea, a partir de fevereiro de 2002. Além destas mudanças, foi aprovado, em 18 de julho de 2002, o Plano para Operação das Aeronaves A-29, que determinou, dentre outras ordens e sem definição de datas, a desativação da 2a ELO e a ativação do 3o/3o Grupo de Aviação, na Base Aérea de Campo Grande.
Subordinada à IIIa Força Aérea a partir de fevereiro de 2002, a 2a ELO tornou-se a mais nova Unidade de Caça da Força Aérea e recebeu como principal atribuição a formação de Líderes de Esquadrilha de Aviação de Caça.
Iniciou-se um período de transição de dois anos, quando os pilotos de Aviação de Ataque e os pilotos de Aviação de Caça conviveram preparando a Unidade Aérea para a sua transferência para Campo Grande, o que deveria ocorrer no inicio de 2004. Ao término da transição, em 2003, a 2a ELO estava pronta: passou a operar exatamente como uma Unidade de Caça; voou quase 6.500 horas sob a Doutrina estabelecida pela Aviação de Caça; suas 12 aeronaves foram cuidadosamente inspecionadas e preparadas para a mudança; os 16 pilotos designados para seguir para Campo Grande realizaram as mais diversas missões de treinamento em 2003, sendo que cinco deles foram formados Lideres de Esquadrilha da Aviação de Caça e outros quatro cumpriram a primeira fase do Programa de Elevação Operacional; todo o acervo material, logístico e de escritório foi inventariado.
O núcleo do 3o/3o G.Av. foi ativado em dezembro de 2003. A Cerimônia de Desativação da 2a ELO foi realizada no dia 30 de janeiro de 2004. No dia 31 de janeiro, aviões e pilotos da Esquadrilha decolaram da Base Aérea de Santa Cruz, e a mudança foi embarcada para o novo destino: Campo Grande.
Desta forma, honrando um extenso histórico de emprego operacional da Unidade antecessora, é ativado, em 11 de fevereiro de 2004, o Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação, Esquadrão Flecha, que já nasce pronto para corresponder aos anseios da Nação brasileira.
II - Descrição Heráldica do Símbolo
O emblema apresenta-se na forma de um escudo francês, por representar uma Unidade de Emprego Operacional:
- É contornado por um filete amarelo, em alusão ao Comando de Oficial-Superior.
- Em chefe, também na cor amarela, sobre esmalte azul-escuro, traz, a partir do cantão destro, o gládio alado, símbolo do Comando da Aeronáutica, seguido pela sigla do Esquadrão - 3o/3o G.Av
- Em primeiro plano, na cor prata, projetam-se, em degradê, as estrelas do Cruzeiro do Sul, partindo da posição geográfica da cidade de Campo Grande - MS, a Capital Morena, cidade onde a Unidade foi ativada.
- Esta constelação paira sobre os brasileiros, guiando-os em todas as direções e servindo como eterna inspiração, como bem lembra o verso da Canção dos Aviadores: "às estrelas de noite subimos para orar ao Cruzeiro do Sul".
- Logo abaixo, observa-se, em toda a sua grandiosidade, o mapa do Brasil, na cor verde, simbolizando a rica variedade de ecossistemas presentes no território nacional, bem caracterizada na mesclagem da Floresta Amazônica, do Cerrado e do Pantanal no Centro-Oeste brasileiro.
- Do flanco sinistro até o coração, observa-se, na cor amarelo-ouro, o braço de um incógnito e abnegado guerreiro, portando seu arco e prestes a lançar uma flecha visando ao Oeste, representando as valorosas e vibrantes Equipagens de Combate e Equipes de Apoio do Esquadrão Flecha, permanentemente em alerta e prontas para o emprego, prioritariamente na região da fronteira oeste da Nação.
- Ao fundo, a partir do contrachefe e na cor preta, está presente a silhueta do solo nacional, sob um céu em tonalidades degradê de azul, do claro ao escuro, aspecto observado ao pôr-do-sol, representando a capacidade a ser implementada pelo Esquadrão de emprego operacional noturno e sob quaisquer condições.
1o ESQUADRÃO DO 10o GRUPO DE AVIAÇÃO
"POKER"
(Histórico e descrição heráldica do Símbolo)
I - Histórico do 1o/10o G.Av.
A obtenção de dados de inteligência concernentes ao inimigo é uma necessidade que nasceu com o gênero humano na face da Terra. Com o nosso país não poderia ser diferente, desde os primórdios da História Militar Brasileira, sentiu-se a necessidade de informações sobre o inimigo e o 1º/10º Grupo de Aviação é a Unidade da Força Aérea Brasileira que tem por Missão: “Capacitar o seu efetivo em Ações de Reconhecimento Aéreo, Controle Aéreo Avançado, Supressão de Defesa Aérea Inimiga, Ataque e Apoio Aéreo Aproximado, a fim de contribuir para o Preparo das Unidades subordinadas à III FAE.”
Considerada uma das Unidades mais antigas da FAB, as origens do 1º/10º GAv remontam ao 2º Regimento de Aviação Militar, sediado no Campo de Marte, São Paulo, equipado com aviões "VOUGHT O2U-2A CORSAIR", no ano de 1932. Em 1944 a Unidade é transformada no 2º Grupo de Bombardeio Picado, sendo equipado com aeronaves A-35 (VULTEE VENGEANCE), sediado no 2º Corpo de Base Aérea de São Paulo, em Cumbica. Em 1947 a Unidade recebe a designação de 1º/10º Grupo de Aviação de Reconhecimento-Foto, equipado com aviões A-20 (DOUGLAS-HAVOC), adaptados com câmeras especiais, que passaram a receber, então, a denominação de R-20. O Esquadrão utilizou-os pela primeira vez, em missão específica, no dia 10 nov. 52, data comemorada até hoje por seus integrantes e ex-integrantes.
Desde então, outras aeronaves, como o RB-25 e o A/B-26, equiparam a Unidade. Em 1976 o Esquadrão recebeu o AT-26 "XAVANTE", primeira aeronave a jato e que, em 1978, acompanhou o Esquadrão na sua transferência para a Base Aérea de Santa Maria, localidade na qual opera até os dias atuais. Porém, o ambiente da guerra moderna, cada dia mais hostil aos vetores que buscam informações sobre o inimigo, obriga o aperfeiçoamento constante da nossa Aviação de Reconhecimento. Desta forma, a tecnologia de ponta mais uma vez alcança o Esquadrão POKER com o recebimento da primeira Aeronave RA-1, em 1999, bem como o Sistema Sensor RecceLite, em 2009. Integrou-se, assim, um moderníssimo sensor, de alta sensibilidade, na faixa do visível e do infravermelho, e de alta resolução espacial das imagens, a um avançado sistema de navegação e de armas, tornando a Força Aérea Brasileira mais operacional, na medida em que estende a ação do Reconhecimento Tático, tanto de dia como de noite.
Subordinado operacionalmente à Terceira Força Aérea (III FAE) e administrativamente à Base Aérea de Santa Maria, o 1º/10º GAv obedece ao mesmo padrão organizacional dos demais Esquadrões da Força Aérea, constituído pelas Seções de Pessoal (S1), Inteligência (S2), Operações (S3), Material (S4) e Guerra Eletrônica (S5), além das Seções de Comando, Comunicação Social, Médico de Esquadrão e Segurança de Voo. No entanto, a grande diferença do 1º/10º GAv é a sua estrutura ampliada para a interpretação das imagens e manutenção dos sensores. As Seções de Inteligência e de Material, onde estão alocados os recursos, humanos e materiais, especificamente, demonstram a vocação da Unidade para a coleta e análise de imagens, geração e disseminação das informações necessárias à Inteligência de Combate, fator fundamental no Processo de Tomada de Decisão dos Altos Escalões, responsáveis pelas ações de combate.
Dentre as Ações atribuídas à Unidade Aérea, a de Reconhecimento Tático tem como produto final os Relatórios de Missões de Reconhecimento (REMIR), elaborados através da análise das imagens, obtidas por meio dos Sistemas Sensores ou do Reconhecimento Visual das equipagens. As informações sobre o Teatro de Operações, requeridas pelos Comandos Operacionais, devem ser oportunas e atualizadas. Para tanto, o 1º/10º GAv deve estar capacitado a emitir seus REMIR no menor tempo possível após o pouso da aeronave. A rapidez com que os dados são processados e as informações divulgadas dependem do grau de treinamento dos Fotointérpretes (FI) e dos Técnicos de Informações de Reconhecimento (TIR), aliado à habilidade dos pilotos em observar, memorizar e descrever os alvos avistados. É este o desafio diário do 1º/10º GAv, a busca constante do aperfeiçoamento e da consolidação de novas técnicas, que assegurem aos Pilotos e aos Analistas de Imagens uma melhor integração de seus conhecimentos e habilidades, em proveito da Missão atribuída à Unidade, porquanto a modernização dos meios aéreos é da competência dos Comandos Superiores.
Os Sistemas Sensores utilizados pelo 1º/10º GAv possibilitam realizar missões de Reconhecimento Visual (Rec Vis), Reconhecimento Fotográfico (Rec Foto), no espectro visível e infravermelho, e Reconhecimento Meteorológico (Rec Met).
Nas missões de Reconhecimento Visual, o Piloto de Reconhecimento Tático tem que demonstrar a sua proficiência, pois ao sobrevoar os alvos, em território inimigo, durante poucos segundos, deverá ser capaz de observar, memorizar e descrever as características dos alvos visualizados.
As informações do Reconhecimento Meteorológico são indispensáveis ao planejamento das ações de guerra. Atividade que envolve análises climatológicas, imagens de satélites, observação visual e coleta de dados nas áreas de interesse. A crescente importância deste tipo de informação tem motivado, frequentemente, que Comandos e Organizações das Forças Armadas solicitem a participação da Unidade nas suas manobras e exercícios táticos.
O Reconhecimento Fotográfico no espectro infravermelho é uma importante ferramenta do Reconhecimento Aéreo, por apresentar dados significativos a respeito do nível de atividade dos alvos sensoriados, proporcionando uma visão dinâmica das atividades sensoriadas, permitindo ao Comando Superior quantificar com maior segurança o valor relativo do alvo em relação ao atrito inferido por parte das ações do inimigo, decorrentes de um possível ataque.
As equipagens do 1º/10º Grupo de Aviação são constituídas de Oficiais Aviadores e de Oficiais e Graduados Especialistas em Fotointeligência. Na formação básica todos realizam o Curso Básico de Reconhecimento (CBR), onde uma centena de tempos de aulas abrangem desde princípios de Sensoriamento Remoto, estudo das Categoria de Alvos, até fundamentos de análise de imagens, acrescentando-se, ainda, treinamentos de Percepção Visual de Objetivos (PVO).
Planejar sem informação é uma inutilidade. Da mesma forma, atacar o inimigo sem os dados de inteligência fornecidos pelo Reconhecimento Aéreo é como um tiro no escuro, com conseqüências previsíveis tal como citou "SUN TZU" em 500 A.C.: "Se conheceis o inimigo e a vós mesmos, não devereis temer o resultado de 100 batalhas. Se conheceis a vós mesmo mas não conheceis o inimigo, para cada vitória alcançada sofrereis uma derrota. Se não conheceis nenhum dos dois, sereis sempre batidos".
O Piloto de Reconhecimento Tático é o primeiro a sobrevoar o território do inimigo e, certamente, lá voltará, tornando-se o último a abandoná-lo, após ter coletado as informações sobre os danos levados ao inimigo. É o primeiro e o último no campo de batalha, carregando na alma e no coração o seu lema:
"DA PÁTRIA OS OLHOS ... NA GUERRA E NA PAZ...".
POKER
II - Descrição Heráldica do Símbolo
a) Interpretação do Símbolo
Data de 1867 a primeira observação aérea, ou seja, o primeiro reconhecimento como missão operacional para os exércitos do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. De seu brasão surgiu o Leão rompante em goles armado e coroado, de azul celeste, com a figura máxima, mística e de tradição, para representar a coragem e a garra com que o 1°/10º GAv encara as missões operacionais, quaisquer que sejam ou venham a ser no futuro.
A bordadura em goles, internamente, é de saber, externamente, de honestidade, como a primeira das características com que o 1°/10º GAv exige que suas ações sejam tratadas.
Um listel de azul celeste, esmalte heráldico da Força Aérea Brasileira recebe a divisa 1º/10º GpAv em branco de pureza e simplicidade.
1o ESQUADRÃO DO 3o GRUPO DE AVIAÇÃO
"ESCORPIÃO"
(Histórico e Descrição do Símbolo)
I - Histórico do 1o/3o G.Av.
A partir da Portaria nº R-521/GM3 de 25 de setembro de 1984 foi ativada a Primeira Esquadrilha do Sétimo Esquadrão de Transporte e Adestramento, sendo alterada para a Primeira Esquadrilha do Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo, assim designada como 1ª/7º ETA. Situada em Boa vista, Capital do Território Federal de Roraima, a Unidade estava subordinada administrativamente à Base Aérea de Boa Vista (BABV) e Operacionalmente ao Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR).
A Unidade operou com aeronaves C-95B (Bandeirante), C-98 (Caravan) e U-7A (Sêneca) no cumprimento das missões na Região transportando pessoal e gêneros alimentícios para as Unidades do Exército Brasileiro sediadas na fronteira do País (Projeto Calha Norte). Apoiou a FUNAI, a COMARA e ao Governo do Território Federal de Roraima, quando solicitada, para cumprimento de missões eventuais.
Por ser a primeira Unidade da Força Aérea Brasileira sediada no Hemisfério Norte, cabe ressaltar o papel exercido por sua posição estratégica no apoio operacional aos deslocamentos, treinamentos e trânsito de aeronaves de outras Unidades Aéreas.
Em 01 de agosto de 1993, o Exmo Sr. Ten Brig do Ar Ivan Moacyr da Frota, entregou as duas primeiras aeronaves AT-27 “Tucano”, matrículas FAB 1446 e 1447. Assim, conduziu-se a decisão de ativar, na Amazônia Setentrional, uma unidade de combate, vislumbrando as crescentes e inéditas exigências no final da década de 90, visando integrá-las ao Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro.
No dia 18 de maio de 1995, realizou-se na BABV a solenidade militar alusiva à ativação do núcleo do 1°/3° GAV e à passagem de subordinação à III Força Aérea. A solenidade foi presidida pelo Exmo Sr. Ten Brig do Ar Ronaldo Eduardo Jaeckel, Comandante Geral do Ar (COMGAR), acompanhado de várias autoridades civis e militares. Durante a solenidade, o Cap Av Giovannini (Escorpião 01) recebeu oficialmente a função de comandante do Nu 1°/3° GAV.
Art. 1º - Ativar o Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (1º/3º GAV) com sede no município de Boa Vista, estado de Roraima.
Art. 2° - O 1°/3° GAV é subordinado operacionalmente ao Comandante da Terceira Força Aérea e administrativamente ao Comandante da Base Aérea de Boa Vista.
Em 05 de dezembro de 2001, o Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação transformou-se no mais novo Esquadrão de Caça da Força Aérea Brasileira, por determinação do COMGAR. Foram atribuídas ao Esquadrão novas tarefas e missões, complementando as já realizadas pela unidade. A partir dessa data, o Esquadrão Escorpião tornou-se a primeira Unidade de Caça da Força Aérea Brasileira no Hemisfério Norte.
Atualmente, o Esquadrão Escorpião está equipado com as aeronaves A-29A e A-29B, recebidas em 27 de outubro de 1995, pelo Ten Cel Av José Aurélio Pessanha Júnior, Comandante da Unidade na data em questão.
II - Descrição Heráldica do Símbolo
A bolacha representa as virtudes e as características próprias do Esquadrão. Seu processo de criação envolve um estudo sério de heráldica a fim de adequá-la às normas e padrões vigentes. Mediante este estudo segue-se, então a descrição heráldica da bolacha do 1o/3o G.Av.:
- Escudo francês, mantendo a tradição das antigas armas das famílias do regime imperial, cujo campo em blau (azul) faz referência ao céu brasileiro, meio físico utilizado pelos guerreiros escorpiões para defesa do nosso território.
- Em chefe, encontramos a sigla do Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação e o tradicional símbolo do Comando da Aeronáutica. O Gládio Alado, cuja origem remonta à época da antiga aviação militar.
- Tomando todo o resto do escudo, observamos o globo terrestre, destacando a América do Sul, estando o continente reproduzido em sinopla (verde), e o oceano em blau (azul). O globo é cortado pela Linha do Equador, para acentuar a setentrionalidade da região. Acima do globo, um grupo de estrelas formam a Constelação do Escorpião. Ao lado da mesma, um vetor simboliza a força do nosso Esquadrão de Emprego Tático.
- Sobre o Estado de Roraima, uma estrela de ouro (amarelo) simboliza a abundância de recursos minerais da região e a conseqüente importância dessa parte do território para o nosso país.
- E, finalmente, no termo do escudo, distinguimos a figura de um escorpião, escolhido como símbolo do nosso Esquadrão, pelo fato de ser freqüentemente encontrado na região e também pela sua característica muito peculiar ao nosso grupo: a agressividade.
- O lacrau encontra-se superposto à América do Sul, que evoca a proteção de nossas fronteiras. O mesmo apresenta o aguilhão de sua cauda colocado sobre o Estado de Roraima, local da aplicação da sua força, a sede de nossa unidade, a cidade de Boa Vista.
1o ESQUADRÃO DO 14o GRUPO DE AVIAÇÃO
"PAMPA"
(Origem da Unidade Aérea / Origem e Descrição do Símbolo)
I - Origem do Esquadrão
Em maio de 1937 ficaram prontas as primeiras instações destinadas ao Terceiro Regimento de Aviação (3o R.Av.) no Bairro de Canoas em Porto Alegre (R.S.). Em 9 de agosto de 1937 este Regimento se transfere definitivamente de Santa Maria da Boca do Monte (R.S.) para Canoas. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, pelo Decreto Lei no 2.961, o 3o R.Av. foi incorporado às Forças Aéreas Nacionais, as quais em 22 de maio de 1941 passaram a se denominar Força Aérea Brasileira. Antes de receber a atual designação o Esquadrão teve, em 17 de agosto de 1944, a designação de 3o Grupo de Aviação de Caça (3o Gp.Av.Ca.) e finalmente em 24 de março de 1947 passou a denominar-se 1o do 14o Grupo de Aviação (1o/14o G.Av.).
Em sua história o Esquadrão "Pampa" operou as seguintes aeronaves:
WACO | CSO | - |
AVRO | 626 | - |
CHANCE VOUGHT | V-65 B | CORSAIR |
CURTISS | O-1 E | FALCON |
DOUGLAS | A-20 K | HAVOC |
CURTISS | P-40 E/K/M/N | TOMAHAWK |
GLOSTER | F-7/8 | METEOR |
LOCKHEED | TF-33 A | T-BIRD |
NORTHROP | F-5 E/F | TIGER II |
II - Origem do Símbolo
* Extraído do livro "Os primeiros Anos do 1o/14o Grupo de Aviação", do Brig.Ar.Ref. Marion de Oliveira Peixoto.
"Corria o ano de 1950. Com os vôos dos P-40 suspensos, em função do acidente com o avião no 4094, que vitimou o tenente Homero, o tempo começou a sobrar na Unidade Aérea; então, estimularam-se os esportes, procurava-se a melhoria das instalações, o aperfeiçoamento do serviço e a eliminação de qualquer atraso na burocracia.
Como das conversas sempre brotam novas idéias, levantou-se a questão sobre o Emblema do Esquadrão, cujo número 3 de identificação do 3o Grupo de Caça estava desatualizado diante a nova designação, 1o/14o Grupo de Aviação. Algumas pessoas acharam que o Zé Carioca estava ótimo como malandro não representando bem o Esquadrão. Outras pessoas procuraram salvá-lo, dizendo que poderia ser tentado dar-lhe um aspecto mais marcial, etc.
Essa última idéia foi a que prevaleceu, afinal o Zé Carioca já estava incorporado ao Esquadrão desde 1946, graças aos Ten.-Av. Fernando Maciel Camacho e Fernando Vianna Cardoso, que aproveitaram o auge da popularidade da genial criação de Walt Disney exibida, então, nas telas dos cinemas. Os autores puseram o no 3 do 3o Grupo de Caça atravessado uma bomba de emprego geral (E.G.) em ângulo de bombardeio picado e, recostado sobre ela, exibindo toda a sua usual descontração e picardia o Zé Carioca, tendo ao seu colo uma metralhadora "ponto cinqüenta" (0,5 polegadas de calibre) daquelas seis que o P-40 usava, tudo circunscrito pelas cores verde-amarelo.
O Ten.Av. Thales de Almeida Cruz, apontado pelos companheiros como sendo bom de traço, foi encarregado da tarefa de transformar o malandro em guerreiro. Cruz fez o malandro jogar o charuto e tirou o chapéu de palha, tornou-o sério. Vestiu-lhe o macacão, o capacete de vôo, colocou-lhe o cachecol em torno do pescoço, alcanço-lhe a cuia de chimarrão e deixou-o colocar a chaleira sobre a empenagem da bomba, cujo o ângulo passou de bombardeio picado para o de rasante. No azul do céu foi colocado o Cruzeiro do Sul e sobre a nuvem branca o "Já te atendo, tchê!", sugerido e defendido com muito ardor pelo Ten.Av. Raphael Cirne da Costa Lima; tudo limitado pela circunferência verde-amarela.
Saiu o Zé Carioca malandro, cedendo o lugar para o Zé Gaúcho, o guerreiro dos Pampas."
III - Descrição Heráldica do Símbolo
- um escudete circular, com o campo em blau, representando o céu, onde aparece o Cruzeiro do Sul em prata.
- parte do campo apresenta-se em prata, simbolizando uma nuvem, sobre a qual visualiza-se uma bomba bélica em sable, com filetes em prata e goles, contendo na parte traseira uma chaleira em goles.
- deitado sobre a bomba, destaca-se a figura de um papagaio estilizado em sinopla, com o bico e patas em jalne, vestindo um macacão em alaranjado. Conhecido como "O Zé Gaúcho", aparece tomando chimarrão (bebida característica da região) e carregando uma metralhadora em sable com pente de projetis em marrom.
- o conjunto da bomba com a metralhadora revela a real finalidade do grupo, ou seja, a operacionalidade, a capacidade de lutar onde, quando e como for necessário.
- brocante à nuvem, lê-se o brado alerta do Esquadrão "Já te atendo tchê!" (linguagem tipicamente gaúcha), sendo uma admoestação em forma popular de se dizer: estaremos atentos e sempre prontos a "atender" ao seu convite para a guerra. Circunda o escudete dois filetes em jalne e sinopla.