3o ESQUADRÃO DO 3o GRUPO DE AVIAÇÃO

"FLECHA"

(Histórico e Descrição do Símbolo)

 

I - Histórico do 3o/3o G.Av.

Desde os anos 70 já era comentada, nos diversos escalões operacionais da Força Aérea, a necessidade do estabelecimento de uma Unidade Aérea que pudesse efetuar a vigilância e o policiamento do espaço aéreo, continuamente, nas fronteiras centro-ocidentais do Brasil. Pela localização geográfica e pela infra-estrutura existente, a Base Aérea de Campo Grande seria o local mais adequado para centralizar as operações desse novo esquadrão. Com a criação do 1o/3o G.Av., sediado na Base Aérea de Porto Velho, em 1995, tornou-se mais evidente a vulnerabilidade do espaço aéreo nas fronteiras do Pantanal Matogrossense e áreas adjacentes; se na Amazônia, tão distante dos grandes centros urbanos do Brasil, verificava-se uma grande incidência de tráfego aéreo ilícito e desconhecido pelos órgãos de controle, estava claro e certo que um número muito maior de aeronaves cruzava nossas fronteiras próximas ao pantanal incólumes, sem nenhuma força que pudesse interferir nas suas atividades criminosas.

Ainda neste mesmo ano de 1995, a 2a Esquadrilha de Ligação e Observação (ELO), até então sediada na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (Rio de Janeiro), é transferida para a Base Aérea de Santa Cruz e passa a operar em maior contato com as Unidades Aéreas do Comando Geral do Ar (COMGAR), principalmente com aquelas operadoras de T-27 "Tucano". Pioneira e experiente na utilização operacional dos T-27, desde 1986, a 2a ELO intensifica seus vôos de treinamento em missões da extinta Aviação de Ataque e, juntamente com o 1o/5o G.Av., sediado na Base Aérea de Natal, e os "Terceiros", define uma doutrina de formação e de operação muito próxima da utilizada pelas Unidades da Aviação de Caça.

Com o início do funcionamento dos radares de detecção do SIVAM e com a realização de Operações de Defesa Aérea nas fronteiras ocidentais do Brasil, verificou-se que o tráfego ilícito na região da tríplice fronteira era maior que o esperado. Em virtude disto, era necessário estabelecer um plano de recebimento das aeronaves ALX, os A-29, projeto em desenvolvimento pela EMBRAER, que trouxe novos conceitos e a opção de uma aeronave mais versátil para o cumprimento das missões atribuídas às Unidades de Caça operadoras de T-27. O Comando da Aeronáutica já havia feito um contrato para a aquisição destas aeronaves, com algumas cláusulas ainda não definidas.

Estudos de Alto-Comando definiram, no decorrer de 2001 e de 2002, mudanças que visavam harmonizar o quadro complexo que se formara. Assim, a partir de julho de 2001, o 1o/3o G.Av. e o 2o/3o G.Av. tornaram-se Unidades de Caça; a Aviação de Ataque foi extinta em outubro de 2001; o 1o/5o G.Av. formou a ultima turma de pilotos de Ataque em 2001, e foi transferido para Fortaleza (CE); o 1o/4o G.Av. foi transferido para Natal (RN); e a 2a ELO passou a subordinar-se à IIIa Força Aérea, a partir de fevereiro de 2002. Além destas mudanças, foi aprovado, em 18 de julho de 2002, o Plano para Operação das Aeronaves A-29, que determinou, dentre outras ordens e sem definição de datas, a desativação da 2a ELO e a ativação do 3o/3o Grupo de Aviação, na Base Aérea de Campo Grande.

Subordinada à IIIa Força Aérea a partir de fevereiro de 2002, a 2a ELO tornou-se a mais nova Unidade de Caça da Força Aérea e recebeu como principal atribuição a formação de Líderes de Esquadrilha de Aviação de Caça.

Iniciou-se um período de transição de dois anos, quando os pilotos de Aviação de Ataque e os pilotos de Aviação de Caça conviveram preparando a Unidade Aérea para a sua transferência para Campo Grande, o que deveria ocorrer no inicio de 2004. Ao término da transição, em 2003, a 2a ELO estava pronta: passou a operar exatamente como uma Unidade de Caça; voou quase 6.500 horas sob a Doutrina estabelecida pela Aviação de Caça; suas 12 aeronaves foram cuidadosamente inspecionadas e preparadas para a mudança; os 16 pilotos designados para seguir para Campo Grande realizaram as mais diversas missões de treinamento em 2003, sendo que cinco deles foram formados Lideres de Esquadrilha da Aviação de Caça e outros quatro cumpriram a primeira fase do Programa de Elevação Operacional; todo o acervo material, logístico e de escritório foi inventariado.

O núcleo do 3o/3o G.Av. foi ativado em dezembro de 2003. A Cerimônia de Desativação da 2a ELO foi realizada no dia 30 de janeiro de 2004.  No dia 31 de janeiro, aviões e pilotos da Esquadrilha decolaram da Base Aérea de Santa Cruz, e a mudança foi embarcada para o novo destino: Campo Grande.

Desta forma, honrando um extenso histórico de emprego operacional da Unidade antecessora, é ativado, em 11 de fevereiro de 2004, o Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação, Esquadrão Flecha, que já nasce pronto para corresponder aos anseios da Nação brasileira.

II - Descrição Heráldica do Símbolo

O emblema apresenta-se na forma de um escudo francês, por representar uma Unidade de Emprego Operacional:

  • É contornado por um filete amarelo, em alusão ao Comando de Oficial-Superior. 
  • Em chefe, também na cor amarela, sobre esmalte azul-escuro, traz, a partir do cantão destro, o gládio alado, símbolo do Comando da Aeronáutica, seguido pela sigla do Esquadrão - 3o/3o G.Av
  • Em primeiro plano, na cor prata, projetam-se, em degradê, as estrelas do Cruzeiro do Sul, partindo da posição geográfica da cidade de Campo Grande - MS, a Capital Morena, cidade onde a Unidade foi ativada.
  • Esta constelação paira sobre os brasileiros, guiando-os em todas as direções e servindo como eterna inspiração, como bem lembra o verso da Canção dos Aviadores: "às estrelas de noite subimos para orar ao Cruzeiro do Sul".
  • Logo abaixo, observa-se, em toda a sua grandiosidade, o mapa do Brasil, na cor verde, simbolizando a rica variedade de ecossistemas presentes no território nacional, bem caracterizada na mesclagem da Floresta Amazônica, do Cerrado e do Pantanal no Centro-Oeste brasileiro. 
  • Do flanco sinistro até o coração, observa-se, na cor amarelo-ouro, o braço de um incógnito e abnegado guerreiro, portando seu arco e prestes a lançar uma flecha visando ao Oeste, representando as valorosas e vibrantes Equipagens de Combate e Equipes de Apoio do Esquadrão Flecha, permanentemente em alerta e prontas para o emprego, prioritariamente na região da fronteira oeste da Nação.
  • Ao fundo, a partir do contrachefe e na cor preta, está presente a silhueta do solo nacional, sob um céu em tonalidades degradê de azul, do claro ao escuro, aspecto observado ao pôr-do-sol, representando a capacidade a ser implementada pelo Esquadrão de emprego operacional noturno e sob quaisquer condições.