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BOLACHAS DE CAÇA 

  

Nestas páginas são contadas breves histórias sobre a criação da 3ª Força Aérea (o nosso "Comando de Caça"), da Associação Brasileira de Pilotos de Caça (ABRA-PC) e das Unidades de Caça da Força Aérea Brasileira.

Descreve-se também a heráldica dos símbolos dessas organizações, que os aviadores passaram a denominar de "bolachas", devido à forma arredondada e dimensões similares às desse tipo de biscoito dos primeiros símbolos criados.

As bolachas são fator de motivação e de destaque, criando um forte vínculo entre as equipagens de combate da unidade aérea.

Normalmente são confeccionadas em separado, e depois costuradas nos uniformes de vôo (atualmente são fixadas com "velcro®").

 

Escolha na relação abaixo a bolacha a ser consultada. 

                                                                                                                                                                                                                              

2o ESQUADRÃO DO 5o GRUPO DE AVIAÇÃO

"JOKER"

(Histórico/Origem do Símbolo e do Código-Rádio)

 

 I - A História do 2o Esquadrão do 5o Grupo de Aviação

A presença do avião de Caça no Rio Grande do Norte vem de longa data. Em verdade ela se inicia com a criação da própria Base Aérea de Natal em 01 de agosto de 1942, quando foi sediada uma Unidade de aviões P-40 ("Tomahawk", mais conhecido como "Tigre Voador"). Era o "Agrupamento de Aviões P-40" que, a partir de 24 de dezembro de 1942, seria redenominado "Grupo Monoposto-Monomotor". Mais ou menos na mesma época, também passam a operar em Natal alguns aviões Curtiss P-36 transferidos da Base Aérea de Recife, onde também funcionava um Esquadrão de P-36/P-40 (Grupo Monoposto-Monomotor).

Entretanto, embora os aviões fossem de Caça, não se pode efetivamente considerar que a missão também fosse, pois em verdade os P-40 foram, prioritariamente, utilizados em missões de "Cobertura Aérea" aos navios mercantes brasileiros quando do início da campanha contra submarinos inimigos.

Passa o tempo, e em 17 de agosto de 1944 é criado o 2o Grupo de Caça (o 1o Grupo havia sido criado em 18 de dezembro de 1943), que logo é transferido e efetivamente ativado em Santa Cruz (Rio de Janeiro) com os P-40 de Natal e Recife.

A Base Aérea de Natal passa então a ser sede do 5o Grupo de Bombardeio Médio (BM), tendo como um de seus pilotos o então 1o Ten. Av. José Carlos Teixeira Rocha, que não havia conseguido vaga como voluntário para o 1o Grupo de Caça e que mais tarde viria a ser o primeiro Comandante do 2o/5o G.Av. Anteriormente, entretanto, os P-40 de Natal já haviam marcado, de forma expressiva, a sua contribuição com os seguintes oficiais, para compor o efetivo de pilotos que iriam combater na Itália:

  • Capitão Aviador Roberto Pessoa Ramos - realizou 95 missões de guerra, tendo sido Comandante do 1o Grupo de Aviação de Caça e da Base Aérea de Santa Cruz (BASC) após a IIa Grande Guerra. Faleceu em 1967 quando no posto de comando de um avião de transporte Douglas C-47 ao pousar em Vitória (Espírito Santo).
  • 1o Tenente Aviador Luiz Felipe Perdigão Medeiros da Fonseca - realizou 85 missões de guerra. Escritor famoso, faleceu em acidente automobilístico em 1986.
  • 1o Tenente Aviador Luiz Lopes Dornelles - realizou 89 missões de guerra e faleceu em combate, abatido pela artilharia antiaérea alemã em 26 de abril de 1945, nas proximidades da cidade de Alexandria. na Itália.
  • 1o Tenente Aviador Waldir Pinto Pequeno de Mello - realizou somente uma missão de guerra, tendo falecido em acidente na Itália a bordo de um avião C-47, no dia 17 de novembro de 1944.
  • 1o Tenente Aviador Álvaro Eustórgio de Oliveira e Silva - realizou 93 missões de guerra, tendo falecido em acidente de um C-47 em 7 de agosto de 1951, no Rio de Janeiro.

O regresso da Caça a Natal só iria ocorrer quando chegaram àquela cidade, precisamente às 17:00 horas do dia 6 de novembro de 1953, os nove primeiros aviões F-47 "Thunderbolt" oriundos da Base Aérea de Santa Cruz, liderados pelo Maj.Av. José Carlos Teixeira Rocha. A implantação do jatos F-8 "Gloster Meteor", no 1o Grupo de Caça, obrigara a transferência dos F-47.

Deste modo, chegaram a Natal aqueles que dariam continuidade, agora no nordeste, à nobre missão de formar os Pilotos de Caça da Força Aérea Brasileira. Traziam consigo o código do 3o/1o Grupo de Aviação de Caça: "Pacau".

Esse Esquadrão, o 3o/1o Grupo de Aviação de Caça, embora já desativado em 1953, herdara a missão e o código-rádio ESPC (Estágio de Seleção de Pilotos de Caça) que, até 1950, também em Santa Cruz, com aeronaves T-6 (Texan), se desincumbia de formar nossos Caçadores (em verdade selecionando-os para fazerem o curso no F-47).

O novo Esquadrão, agora denominado 2o Esquadrão do 5o Grupo de Aviação (2o/5o G.Av.) formou, até 7 de dezembro de 1956, as turmas de Aspirantes de 1953, 1954 e 1955. Nessa data por determinação ministerial, o 2o/5o G.Av. transferiu seu efetivo de pilotos e seu acervo de aviões para o 1o/4O G.Av. em Fortaleza (Ceará). Ao mesmo tempo, recebeu do 1o/4o G.Av. os aviões Doublas B-25 "Mitchel" que ali eram usados na instrução de bombardeio.

Mais uma vez a Caça deixou Natal e o código Pacau seguiu, definitivamente, para Fortaleza.

Após os B-25, o 2o/5o G.Av. iria operar as aeronaves de bombardeio Douglas B-26 (Invader), de transporte Morane Saulnier C-41 (Paris) e o treinador de transporte Beech TC-45T (conhecido por "muriçoca") até 1970, com a criação do Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM).

Em 1975, a Caça mais uma vez retornaria para Natal, quando foi ativado o Esquadrão Seta, que recebeu do 1o/4o G.Av. a missão de formar nossos Pilotos de Caça. O Esquadrão Seta, mercê de despreendimento e da dedicação de seus instrutores, conseguiu, a curto prazo, assumir com incontestável eficiência a tarefa, formando, em Natal, com aeronaves Embraer AT-26 (Xavante), as turmas de Aspirantes de 1974, 1975 e 1976.

Em 1979, a missão volta para o 1o/4o G.Av. e o Esquadrão Seta, que tão eficientemente cumprira a sua missão, é desativado, permanecendo em atividade em Natal o Esquadrão "Joker" que, até então, formara Pilotos de Ataque.

Em 20 de outubro de 1980, a Portaria 310/GM3 reativa o 5o G.Av. com os seus Esquadrões e, a partir de 1 de janeiro de 1981, o 2o/5o G.Av. é reativado com o efetivo do Esquadrão Joker, tendo por missão ministrar instrução básica de AT-26.

Em 1982, mediante uma estreita integração com o 1o/4o G.Av., o 2o/5o G.Av. é preparado para reassumir sua missão de formar os Caçadores da FAB.

Em 1983, o 2o/5o G.Av. volta a ser Unidade de Caça, incorporando e herdando todas as tradições trazidas de Santa Cruz e consolidadas em Natal por "Pacaus e "Setas".

II - A Origem da Bolacha e do Código-Rádio

Fiel ao espírito tradicionalista da Caça, o Esquadrão preserva o código-rádio "Joker" e reinstituiu como emblema o mesmo utilizado em Santa Cruz pelo 3o/1o Gp.Av.Ca. Esse emblema representa o instrutor (Avestruz) transmitindo ao Estagiário (Pinguim) as instruções e "dando" algumas "estrelas"...

Na realidade, o Avestruz é o velho Caçador da Itália ferido em combate e já usando um óculos de grau mas mesmo assim empenhado em transmitir seus conhecimentos para o espantado aluno. Quanto ao pinguim, logo no início, o 2o Esquadrão de Caça foi usado para instrução e sendo assim, a figura do pinguim daquele Esquadrão foi utilizada como sendo a do aluno. 
 

Nota: Os alunos da Caça já foram tratados pelo carinhoso nome de "pinguins". Não se sabe exatamente a origem do termo. Sabe-se porém que, nos primórdios da aviação, costumava-se retirar as asas dos aviões e deixar os aprendizes manobrarem-nos no solo. Estes eficientes e desajeitados "simuladores" (com dois eixos de liberdade), eram denominados de "pinguins".

O código-rádio "joker" é remanescente dos códigos-rádio das esquadrilhas do 2o Esquadrão de Caça. Sendo "Pif-Paf" um jogo de cartas, as esquadrilhas deste esquadrão utilizavam os nomes de cartas de baralho (paus, copas, ouros, espadas, trunfos e curinga). Como se sabe, "joker" é a palavra "curinga" em inglês.


  

1o GRUPO DE DEFESA AÉREA

"JAGUAR"

(Origem da Unidade Aérea e descrição heráldica do símbolo)

 

I - A História do 1o G.D.A. e do F-103 (MIRAGE)

O Grupo Jaguar tem um passado de tradições e inovação. A criação do primeiro esquadrão de aviões supersônicos da Força Aérea Brasileira se confunde com a própria aquisição das aeronaves Mirage.

As versões adquiridas pelo Brasil, os Mirage III-EBR (monoposto) e III-DBR (duplo comando), foram desenvolvidas primariamente para missões de Defesa Aérea, embora tenham se mostrado também eficientes plataformas de ataque ao solo. As aeronaves escolhidas pela FAB, em maio de 1970, sucederam o modelo "III-C" nas linhas de produção da Fábrica Marcel Dassault. O seu motor é um ATAR-9C, cujo empuxo máximo com pós-combustão é de 13.900 libras (6.305 kg). O sistema de controle de fogo é o radar Cyrano II, totalmente integrado ao míssil ar-ar infra-vermelho, o Matra 530 IR. Como armamento fixo, a aeronave foi dotada de dois canhões DEFA de 30 mm. O avião também é dotado de um sistema de navegação autônoma "Doppler".

Para abrigar os F-103 (designação dada pela FAB), decidiu-se pela construção de instalações na Cidade de Anápolis - Goiás, a 150 km de Brasília, centro geopolítico da Federação. Tal concepção visava atender aos requisitos do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA) e implantar uma rede de meios eletrônicos detecção capaz de rastrear e identificar as aeronaves que sobrevoassem nosso território.

O primeiro Mirage brasileiro voou em 6 de março de 1972 na Cidade de Bordaux, França, já ostentando o cocar da Força Aérea Brasileira. Em maio de 1972, embarcaram para a Base Aérea de Dijon, França, oito pilotos brasileiros. Eles seriam os responsáveis em adaptar-se à nova aeronave e, mais tarde, transmitir a experiência adquirida às próximas gerações de pilotos. Foram eles:

  • Cel.Av. Antônio Henrique Alves dos Santos;
  • T.Cel.Av. Jorge Frederico Bins;
  • T.Cel.Av. Ivan Moacir da Frota;
  • Maj.Av. Ronald Eduardo Jaeckel;
  • Maj.Av. Ivan Von Trompowski Douat Taulois;
  • Maj.Av. Lúcio Starling de Carvalho;
  • Maj.Av. Thomas Anthony Blower; e
  • Cap.Av. José Isaias Villaça.

Esses oficiais foram os primeiros pilotos de aviões supersônicos do Brasil, e são respeitosamente conhecidos como "Dijon Boys" pelos pelos atuais, como forma de homenagem à dedicação e profissionalismo demonstrados na árdua tarefa de implantar, com segurança, uma aeronave tão complexa para a época.

No dia 27 de março de 1973 foi realizado o primeiro vôo de F-103 no Brasil, em Anápolis, dando início às atividades aéreas da 1a Ala de Defesa Aérea (1a ALADA). A partir dessa data a Força Aérea Brasileira ingressava definitivamente na era supersônica e os Mirages eram integrados à paisagem do Planalto Central.

O maior desafio na implantação talvez tenha sido o sistema de apoio logístico. Para se manter os "vetores" em plenas condições de vôo, a manutenção diuturna era necessária. Alem do controle de suprimento e das peças de reposição, era necessária capacitação técnica dos mecânicos e o aparelhamento das oficinas. Para fazer frente a esse desafio, a 1a ALADA foi dotada de uma infra-estrutura bastante ampla, como forma de garantir a continuidade das operações aéreas e de manutenção.

A Ala de Defesa Aérea foi depois reestruturada, passando a ser denominada de Base Aérea de Anápolis (BAAN), sediando o 1o Grupo de Defesa Aérea (1o GDA) criado no dia 11 de abril de 1979, através do Decreto Presidencial Reservado no 4.


II - Descrição Heráldica do Símbolo

  • Escudo com formato francês, terçado em faixa, tendo em chefe (parte superior) o fundo blau (azul-cerúleo), contendo à destra o gládio alado (símbolo da Força Aérea Brasileira) em jalne (amarelo), e à sinistra a sigla da Organização 1o GDA (Grupo de Defesa Aérea).
  • A faixa (parte central) em blau (azul-ultramar), significando a retidão no dever e perseverança, carregando à destra, abaixo do chefe, a Constelação do Cruzeiro do Sul em prata (branco), lembrando o espaço aéreo brasileiro, campo de atuação das aeronaves de interceptação.
  • A ponta (parte inferior) aparece em goles (vermelho), esmalte cujo simbolismo é a ousadia, a firmeza e a segurança, qualidades que identificam os componentes da Unidade.
  • As ameias (linha dentada similar às muralhas dos fortes), significam a defesa e a vigilância, razões primordiais da Defesa Aérea.
  • No coração, destaca-se, um escopo de radar em jalne esmalte que simboliza a força, o poder e a firmeza, qualidades também necessárias às missões de combate aéreo.
  • Brocante (sobreposto) ao escopo de radar, destaca-se a cabeça de um jaguar em sable (preto) e prata, lampassado (com a língua diferente em goles), animado (com os olhos diferentes em prata) e contornado (com a cabeça voltada para destra). O jaguar, por ser hábil caçador, ágil e veloz, representa as qualidades que sintetizam, simbolicamente, o temperamento dos Pilotos de Caça que integram o 1o GDA.
  • Contorna o emblema um filete em jalne.
     

1o/16o GRUPO DE AVIAÇÃO

"Esquadrão ADELPHI"

(Criação, Origem do termo "Adelphi" e descrição do símbolo)

 

I - Histórico do Símbolo do 1o/16o G.Av.

Em 1977, a Força Aérea Italiana elaborou o requisito militar para um caça-bombardeio e de reconhecimento leve, que pudesse substituir os seus FIAT G-91.

Em março de 1980, verificando a identidade entre o requisito italiano e as necessidades brasileiras para uma aeronave semelhante. O Brasil associou-se ao programa AMX, visando desenvolver um equipamento que viesse ocupar uma lacuna existente na Força Aérea Brasileira, já que os F-5 e os Mirage III cada vez mais se especializavam na missão de Defesa Aérea. O programa foi se desenvolvendo e trazendo muitos benefícios para o país, pois permitiu à nossa indústria aeronáutica, de uma forma geral, capacitar-se a produzir uma aeronave e equipamentos de alto nível tecnológico com uma significativa transferência de tecnologia. A aeronave ficou conhecida como AMX, porém, para a Força Aérea Brasileira, denominou-se A-1.

Em 1987, um grupo de oficiais e sargentos atendeu a um convite que solicitava voluntários para compor a 1a Unidade de A-1 na Força Aérea. Este grupo realizou várias atividades e vários cursos de elevação de nível e a sua transferência, para a cidade do Rio de Janeiro, só se efetivou no inicio de 1988. No dia 4 de fevereiro desse ano, criou-se o Núcleo da primeira Unidade Aérea para emprego da aeronave A-1 (NU-A1), através da Portaria Ministerial no R-055/GM3, sendo designado para comandá-la o, então, Ten.Cel.Av. Quírico.

O dia 18 de abril de 1988 marcou a definição do código-rádio da Unidade. A idéia era de que deveria ser algo representativo das nossas tradições. A palavra ADELPHI surgiu naturalmente por ocasião das Comemorações da Semana da Caça. O comandante do NU-A1, juntamente com o oficial de operações da Unidade, reuniram-se com o Brig. Nero Moura e alguns veteranos do 1o Gp.Av.Ca., onde apresentaram o desejo de utilizarem aquela palavra de significado tão expressivo para os bravos e inesquecíveis veteranos como código de chamada do Esquadrão, solicitando a autorização para isto. Após algumas considerações, foi ratificado o código ADELPHI para a nova Unidade que surgia.

No dia 10 de agosto de 1988 iniciou-se o processo de escolha do símbolo da Unidade. Ainda em 1988, no dia 7 de novembro, o NU-A1 é desativado e criado o NU 1o/16o G.Av., através da Portaria no R-535/GM3.

No dia 23 de fevereiro de 1989 foram apresentadas as "bolachas" para a escolha do símbolo. Concorreram quarenta e cinco emblemas!

No dia 6 de março de 1989 houve a 1a votação e foram selecionadas oito "bolachas". A expectativa da "bolacha" que iria compor os macacões de vôo e marcar a identidade do Esquadrão era muito grande. Finalmente, no dia 2 de maio de 1989, foi escolhida a grande vencedora, nascendo assim o símbolo do Esquadrão ADELPHI, tendo como criador o Maj.Av. Bombonato, que era integrante do 1o/14o G.Av.(Pampa).

Assim, finalizando a implantação do A-1 na Força Aérea Brasileira, já com a "bolacha" ostentada no peito dos Adelphis, os pilotos iniciaram os seus primeiros vôos e o Esquadrão ADELPHI decolava para o cumprimento da sua nobre missão.

II - Significado do Termo "ADELPHI" (e "Grito de Guerra")

Ligado à vida dos veteranos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça, o termo originou-se de uma marca de cigarros de nome "ADELPHI", lançada em 1939, pelaadelfi-cigar Companhia de Cigarros Castelões. 

Os cigarros eram acondicionados em carteiras de papelão azul, cujas letras eram douradas. Em cada carteira havia uma figurinha ou um cheque, com valores numerados, que, quando colecionados, somavam pontos e podiam ser trocados por brindes em uma loja situada na Rua Mal. Mal. Floriano, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Esses brindes eram pequenos objetos para uso pessoal ou doméstico.

A propaganda do cigarro era feita no rádio. No anúncio, várias pessoas participavam batendo palmas, emitindo o seguinte som: "PÁ...PÁRÁ-PÁ...A-DÉLFI !" (esta última palavra dita de maneira enérgica). Logo tornou-se uma saudação muito especial, destinada a reverenciar os pilotos de caça da Força Aérea Brasileira que pereceram nos céus da Itália, e também para marcar eventos de excepcional relevância para a Aviação de Caça ou para a Força Aérea Brasileira.

Unindo o passado dos pilotos de caça de outrora e suas poderosas aeronaves P-47 ao presente dos novos pilotos de caça e suas modernas aeronaves A-1, o 1o/16o G.Av. adotou a palavra ADELPHI como designação oficial da Unidade e do código de seus pilotos, perpetuando assim uma tradição e uma justa homenagem aos veteranos do 1o GP.Av.Ca.

III - Descrição Heráldica do Símbolo do 1o/16o G.Av.

  • Escudo de formato francês, tendo à destra do chefe o Gládio Alado, símbolo do Comando da Aeronáutica, em jalne (amarelo).
  • O campo partido em faixa, com a parte superior em Blau (azul cerúleo) representando o céu e a parte inferior em prata (branco) representando a superfície terrestre, onde aparecem coordenadas em Sable (preto)
  • Sobreposto às faixas, destaca-se uma figura estilizada em Prata (branco) , representando, ao mesmo tempo, um homem e uma ave, de cujos olhos parte um feixe luminoso em Goles (vermelho), sendo seu significado a localização precisa de alvos. A mesma segura, ainda, uma espada em Jalne (amarelo) e Sabre (preto) simbolizando a precisão do sistema de armamentos da aeronave A-I.
  • Brocante à figura, destaca-se um escudo, também em Jalne (amarelo) e Sable (preto), cujo significado é a auto-proteção eletrônica. Sobrepondo-se ao mesmo, aparecem os numerais ordinais 1o e 16o em caracteres digitais, em Jalne (amarelo), cujo significado é a informatização dos sistemas da aeronave.
  • Em contrachefe, destaca-se uma faixa em Blau (azul ultramar) com ondulações em Prata (branco) representando o mar.
  • Ao fundo, destacam-se triângulos em Sable (preto) representando as elevações da superfície terrestre.
  • Contorna o escudo, um filete em Jalne (amarelo).

 

 

2o ESQUADRÃO DO 1o GRUPO DE AVIAÇÃO DE CAÇA

"PIF-PAF"

(Origem, Criação/Descrição do Símbolo e do Código-Rádio)

 

* Depoimento do Brig.Ar.Ref. João Eduardo Magalhães Motta, Jambock 52, Pif-Paf 05, Pacau 05, Pampa 98 e King 01, em 26 de Junho de 1999

I - Origem do Esquadrão


O 2o/1o Gp. Av. Ca. foi criado pelo Decreto No 6.796, de 17 de agosto de 1944, com sede na Base de Natal, com a designação 2o Grupo de Caça. Transferido para a Base Aérea de Santa Cruz, pelo Decreto-lei No 6.926, de 5 de outubro de 1944, passou a integrar o 1o Regimento de Aviação (1o R.Av.). Era equipado com aviões Curtiss P-40E/K/M/N.

Formou um grupo de 29 pilotos de caça, que ficaram conhecidos como os "33 do PACÍFICO". Para isso, foi ativada uma unidade, dentro do 2o Grupo de Caça, USBATU (United States-Brazil Air Training Unit), a quem coube esse treinamento, orientado e dirigido por oficiais da USAAF (Força Aérea do Exército dos Estados Unidos), recém chegados dos teatros de operações da 2a Guerra Mundial.

Com o regresso do 1o Grupo de Aviação de Caça (1o Gp. Av. Ca.), em julho de 1945, a unidade teve seu comando substituído por oficiais veteranos da Campanha da Itália, que assumiram as funções de Comandante, Oficial de Operações e Comandantes das esquadrilhas, até que, com a chegada dos Republic P-47D25/27/28/30, vindos da Europa, seu material foi substituído, e seus Curtiss P-40 transferidos para o 3o Grupo de Caça sediado em Porto Alegre.

No início de 1946, 36 aspirantes (sendo um da Reserva), foram classificados no 1o Regimento de Aviação ( Santa Cruz), para tirar o curso de Caça. Ao 2o Grupo de Caça (2o Gp. Ca.) coube a missão de UNIDADE DE TREINAMENTO, pelo qual continuou responsável até 1952. Para isso, foi-lhe agregado o ESPC (Estágio de Seleção para Pilotos de Caça) que, com aviões North American AT-6, complementava a instrução da Escola de Aeronáutica, até o solo no P-47.

O 2o Gp. Ca. mudou de nome duas vezes. Em 24 de Março de 1947, o decreto No 22.802 transformou-o no 2o/9o Grupo de Aviação, junto com o 1o Gp. Av. Ca. que passou a ser o 1o/9o Grupo de Aviação, ambos sediados na Base Aérea de Santa Cruz.

Mais tarde, pelo decreto No 27.313 de 14 de Outubro de 1949, devido aos insistentes pedidos dos caçadores e, principalmente dos veteranos da Itália, o 9o Grupo de Aviação voltou a ser 1o Grupo de Aviação de Caça, agora com dois esquadrões; o 1o/1o Grupo de Aviação de Caça (Ex 1o Grupo de Aviação de Caça) e o 2o/1o Grupo de Aviação de Caça (Ex 2o Grupo de Caça).

Como Esquadrão de Instrução, sua dotação era;

  • Comandante:  Maj.Av. 
  • Oficial de Operações: Cap.Av.
  • 1a Esquadrilha: Cmt. e no 3  Cap.Av. e 2o Ten.Av.
  • 2a Esquadrilha: Cmt. e no 3 Cap.Av. e 2o Ten.Av.
  • 3a Esquadrilha: Cmt. e no 3 Cap.Av. e 2o Ten.Av.
  • 4a Esquadrilha: Cmt. e no 3 Cap.Av. e 2o Ten.Av.
  • Número de estagiários: Variável 

No primeiro ano, 1946, recebeu 36 aspirantes, dos quais 18 saíram pilotos de caça...

II -Criação do Símbolo

Foi nesse ESTÁGIO DE SELEÇÃO que, em 31 de Julho de 1946, faleceu em acidente o 1o Ten. Av. PEDRO DE LIMA MENDES,  veterano da Campanha da Itália, onde voara 95 missões de guerra e era, agora, instrutor e número 3 da 4a Esquadrilha. Seu avião no 1o Gp. Av. Ca. era o "C 5", da Esquadrilha AZUL. LIMA MENDES era uma figura impar. Piloto arrojado, oficial interessado em tudo que tinha a ver com avião, era pessoa alegre e divertida, sempre com mil estórias para contar. Em seu avião fizera pintar os dizeres "ROMPE MATO" (Figura lendária do candomblé brasileiro) que, desde os tempos de cadete, dizia ser seu Pai de Santo protetor. Voou suas 95 missões sem nunca ser atingido pela antiaérea inimiga. Na semana que se seguiu à sua morte, surgiu a idéia de se criar um cocar para a unidade, que de alguma forma o lembrasse.

O 2o Ten.Mecânico ATTILIO BOCHETTI, veterano da Itália, foi encarregado da missão e desenhou o símbolo que, até hoje, identifica as aeronaves do 2o Grupo de Caça (Atual 2o/1o Gp. Av. Ca.).

III - Descrição do Símbolo

  • A forma original do escudo deveria ser ajustada à carenagem lateral do nariz dos aviões P-47 e portanto foi feita em forma de elipse, com largura de 80% da altura. A moldura auriverde, simbolizando o Brasil, tem as mesmas cores da bandeira e a sua espessura é de 6% da largura da elipse.
  • O céu que simboliza a guerra (vermelho puro), as nuvens brancas, e o explodir da antiaérea, derivam do tradicional cocar dos "jambock".
  • Sobre a fuselagem do "Thunderbolt", em pé, qual um exímio cavaleiro à galope, está o PINGUIM que simboliza o aluno da Caça(*). O pinguim empunha um machete que além de destacar a agressividade do "Caçador", também justifica o ataque razante e o dístico ROMPE MATO.
  • O boné branco (tipo "Senta-Pua"), fazia parte do antigo uniforme da FAB. A única coisa que o prende ao piloto é a fita jugular, o que demonstra a rapidez com que é feito o ataque.
  • O avião é o P-47 "Thunderbolt" C5, que foi voado pelo Ten. Lima Mendes na Campanha da Itália. As duas bombas em queda, demonstram a versatilidade do avião de caça em executar a missão de bombardeio e em seguida continuar combatendo em ataques de oportunidade (estreifando).
  • O dístico ROMPE MATO, sobreposto às nuvens, homenageia a figura do candomblé brasileiro, da qual o Ten. LIMA MENDES acreditava ter proteção!

Nota: Os alunos de Caça eram tratados pelo carinhoso nome de "pinguins". Não se sabe exatamente a origem do termo. Sabe-se porém que, nos primórdios da aviação, costumava-se retirar as asas dos aviões e deixar os aprendizes os manobrarem no solo. Estes eficientes e desajeitados simuladores (com dois eixos de liberdade), eram denominados de "pinguins". 

IV - O Código PIF-PAF

Na década de 40, três jogos de cartas eram comuns, entre os pilotos, como distração nos casinos de oficiais; o BURACO, a CANASTRA e o PIF-PAF. Foi no final do ano de 1945, quando os veteranos da Itália assumiram o comando do 2o Grupo de Caça, que se fez sentir a necessidade de um código de identificação da unidade. A escolha do PIF-PAF foi fácil, não só por estar na boca de todos como por sua sonoridade no rádio, tornando-o compreensível na comunicação em vôo. Como conseqüência imediata, a adoção dos quatro naipes para identificar as esquadrilhas foi uma decorrência lógica:

  • 1a Esqda - OUROS
  • 2a Esqda - PAUS
  • 3a Esqda - COPAS
  • 4a Esqda - ESPADAS

Este é o segundo mais antigo código de Unidade Aérea da FAB, tendo completado 53 anos de existência e uso ininterrupto, em agosto/setembro de 1999.


 

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