Oswaldo PAMPLONA Pinto - Major Aviador
* 13/04/1913 (Rio de Janeiro, RJ) - † 21/08/1994 (Rio de Janeiro, RJ)
Família:
Filho de Roberto de Oliveira Pinto e Albertina Pamplona Pinto.
Antecedentes:
Aspirante a Oficial da turma de 1934. Sentou praça na Marinha do Brasil em 10/03/1931. Transferido para a Aviação Naval em 21/03/1938. Transferido para o Ministério da Aeronática em 20/01/1941.
Na guerra:
Exerceu a função de Oficial de Operações. Realizou 47 missões de combate, a primeira em 31/10/1944 e a última em 10/03/1945. Segundo em comando do Grupo, sua primeira missão foi também a primeira do Grupo de Caça, voando como ala de uma esquadrilha do 346th FS / 350th FG. Foi promovido a Major em 09/01/1945.
Citações de Condecorações Recebidas
Air Medal - 1º Cluster
Por meritória ação heróica da qual participou como piloto de uma esquadrilha de aviões do tipo P-47 em 27 de janeiro de 1945. O Major Pamplona liderava uma formação de oito aviões de caça-bombardeiros num ataque a uma vital linha férrea do inimigo próximo a ***** . Demonstrando coragem e superior liderança, habilidosamente manobrando sobre o território inimigo pesadamente defendido até a proximidade do alvo, o Major Pamplona tornou capaz de lançar sobre o objetivo sua formação para conseguir impactos diretos, os quais deixaram em mau estado a estrada de rodagem de partiram a linha férrea em seis pontos diferentes. Continuando o ataque, a despeito de denso fogo do inimigo, o Major Pamplona atacou em voo rasante outros objetivos na área, destruindo ou danificando sete caminhões, um automóvel e muitas carroças. Sua proficiência e imutável devoção ao dever refletem grande mérito a si próprio e às Forças Armadas das Nações Aliadas.
(a) Thomas M. Lowe - Brigadier General, U.S.A.
Air Medal - 2º Cluster
General Order 63 de 07/06/1945
"Por meritória atuação quando participava de uma esquadrilha como piloto de um P-47 em 10 de março de 1945. O Major Pamplona liderou a formação de quatro aviões designados para cortar a vital linha férrea entre ***** e *****, Itália. Na chegada ao alvo acurados bombardeios foram executados, acertando oito impactos diretos nas linhas férreas e cortando-as em quatro pontos estratégicos. Antes de retornar à base a esquadrilha engajou-se em audazes metralhamentos à baixa altura contra um depósito de munições pesadamente defendido nas vizinhanças de *****, Itália. Acurado e intenso fogo de antiaérea leve e pesada foi encontrado nesses ataques, appesar dos quais três galpões foram deixados soltando pesada fumaça enquanto outro foi completamente destruído pelo fogo. O Major Pamplona partilhou substancialmente do sucesso dessa missão acertando impactos diretos nas linhas férreas e participando igualmente dos danos aos galpões de munição. Sua coragem, habilidade e devoção ao dever frente a grande perigo refletem alto crédito sobre ele e sobre as Forças Armadas das Nações Aliadas."
(a) Thomas M. Lowe - Brigadier General, U.S.A.
No pós-guerra:
Ao regressar ao Brasil, continuou no serviço ativo exercendo diversas funções de Comando na FAB, até ser transferido para a reserva remunerada no Posto de Brigadeiro do Ar. Foi Comandante da Base Aérea de Santa Cruz entre 13/12/1951 e 21/01/1955.
Promoções:
31/10/1934 | Guarda Marinha |
16/04/1935 | 2º Tenente |
12/11/1936 | 1º Tenente |
20/12/1941 | Capitão Aviador |
09/01/1945 | Major Aviador |
25/09/1950 | Tenente Coronel Aviador |
20/01/1957 | Coronel Aviador |
Condecorações:
Ordem do Mérito Aeronáutico - Comendador | |
Cruz de Aviação Fita 'A' | |
Cruz de Aviação Fita 'B' | |
Medalha da Campanha da Itália | |
Medalha da Campanha do Atlântico Sul | |
Presidential Unit Citation (EUA) | |
Air Medal (EUA) |
Oswaldo Pamplona Pinto - O Nº 2 Perfeito
(Pelo Maj. Brig. RR Lauro Ney Menezes – Piloto de Caça – Turma de 1948)
It puzzles me, diria um gringo qualquer... e digo também eu, Pinguim 34 – 3º ESPC (1948): não se lê nem se vê uma (!) menção sequer a esta figura especial, introvertida, silente e eficiente, fiel e leal que (à semelhança de Carlos de Almeida Baptista) desempenhou a função de sécond em commande de Nero Moura: Jambock Pamplona. Trabalhava na sombra, e nunca disputou o sol... cumpriu 47 missões de guerra, tendo sido afastado do voo por motivos de saúde em Mar/ 1945. Comandou a Base Aérea de Santa Cruz à época dos F8-Gloster Méteor.
Para nós, ele tinha o codinome de PINDUCA: era calvo feito uma bola de bilhar! E nem se “lixava” com isso!
Por força de alguns “nós” regulamentares, à época, pude exercer alguns encargos de “Secretário do Comando” e privar de sua companhia. E registrar sua forma de agir, sua alma de aviador, sua admiração e respeito ao Chefe Nero. E observar sua fleuma para comandar homens em uniforme...
Calvo desde jovem, arrisquei-me a perguntar “qual a razão dessa calvície precoce?” Disse ele: “Você já imaginou o ‘preço’ de voar de 2P do NERO tanto tempo?”. Ele veio da Aviação Naval e fez dupla com o Chefe, voando o avião presidencial de Getúlio Vargas. Fez parte do escalão de “pessoal chave” do recém-constituído 1º Grupo de Caça em missão avançada nos USA, antes de seguir para Aguadulce, Panamá. Atuou como Operações de Nero Moura durante toda a Campanha na Itália e, com sua memorável (as vezes, irritante) tranquilidade “administrou” o caos vivido pela Unidade no início das operações. Famosa ficou sua tranquilidade para “montar as missões de combate” para o dia seguinte, fazendo a escala de voo em um “maço de cigarro aberto, como se fora uma folha de escala... "
Agindo sempre conforme sua silenciosa forma, “segurou a barra” de Operações do Grupo com eficácia e liderança. Nero atribui-lhe total capacidade de manobrar na área operacional. E, com isso, “Pamplona fê-lo bem...” dizia o Chefe. Vivi ao seu lado com grande admiração e respeito – e aprendi muito na escola da Velha Guarda – à qual Jambock Pamplona pertencia, e que demandava muito “peito e garra”... Invejável!
Uma das experiências vividas ao lado de Pamplona marcou-me sobremaneira. Vou contar...
Em certo momento (cuja data hoje me falha na memória), fui convocado para acompanhar o Cmte da BASC em um deslocamento aéreo de Santa Cruz para o Calabouço (hoje Santos Dumont) a bordo da sua aeronave de comando, o Fairchild Asa-Alta U-62. Apresentei-me em tempo na Sala de Tráfego e guarneci a aeronave como passageiro. O deslocamento foi “à La Pamplona”: silencioso e sem papo... Ao estacionar no pátio da então 3ª Zona Aérea, Jambock Pamplona vira-se para o Pinguim e exclama: “deixei minha pasta pessoal ao lado de minha mesa, na Base.” Incontinenti, determina: “Ô garoto, pega meu avião, vá a Santa Cruz, pega a malinha e me traz de volta.”
Tenente novinho que era, retruquei: “Cmte, eu nunca voei nessa máquina!”
Sem pestanejar, o velho Jambock, meio marotamente, me respondeu: “Ô Caçador, esse avião é igual aos outros que você voa: empurra a manete e ele sai do chão, reduz a manete e ele pousa!” Com esses sábios (?) conselhos, maquinetei o Asa Alta ida e volta e trouxe a malinha: sem quebrar a máquina... Ela era à prova de Tenente!
Entregando a dita malinha ao Cmte, arrisquei a pergunta: “Chefe, qual é a importância dessa malinha?”
Sem pestanejar, Jambock Pamplona retrucou: “essa malinha é a do pequeno ‘f#dedor’!”
Esse era o Jambock Pamplona, o Nº 2 Perfeito!