Waldyr Paulino PEQUENO de Vasconcelos - 2º Tenente Aviador
* 14/09/1922 (Manaus, AM) - † 16/11/1944 (Tarquínia, Itália)

 

veteranos 45 santos

Família:

Filho de Luiz Paulino de Mello e Jacyra Bastos Pequeno de Mello. Seu pai era Major Médico do Exército e seu avô paterno era o desembargador Paulino de Melo, magistrado do Tribunal de Justiça do Amazonas. Era filho único Descendente de holandeses pelo lado materno, o sobrenome 'Pequeno' era uma tradução direta do sobrenome original 'Klein". 

Antecedentes: 

Aspirante a Oficial da turma de 1942. Seus pais se mudaram para o Rio de Janeiro quando ele ainda era criança. Entrou para o Colégio Militar em 1935, graduando-se com distinção em 1939 e ingressando na Escola Militar em 1940. Em maio de 1941 foi transferido para o segundo ano da Escola de Aeronáutica. Apresentou-se na Base Aérea de Natal em 30/10/1942 e lá servia quando voluntariou-se para o 1º GAvCa. Em Natal solou o Curtiss P-36 (21/01/1943), Curtiss P-40 (03/02/1943), Beech UC-43, ou 'Beech Mono' (12/03/1943), Beech UC-45, ou 'Beech Bi' (19/05/1943), Lockheed A-28 (22/09/1943), Douglas B-18 (21/10/1943) e o Lockheed C-60 (20/11/1943). 

Na guerra:

Exerceu a função de Piloto de Combate da Esquadrilha Verde. Realizou 1 missões de combate em 13/11/1944. Apresentou-se em Suffolk em 14/08/1944, vindo diretamente do Brasil. Faleceu vítima de um acidente entre um P-47 do Grupo e um C-47 da USAAF, quando acompanhava a equipe de filmagem e fotografia da USAAF no C-47. A comunicação do falecimento de Waldyr foi feita à família pessoalmente pelo Maj,Av. Afonso Costa, então Oficial de Gabinete do Ministro da Aeronáutica. 

No pós-guerra: 

Seus restos mortais, foram transladados para o Brasil, e hoje repousam no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, RJ

Promoções:  

30/09/1942 Aspirante Aviador
10/05/1943 2º Tenente Aviador
27/11/1944 1º Tenente Aviador

Condecorações: 

med cruz bravura Cruz de Bravura
Cruz de Sangue
med cruz aviacao a Cruz de Aviação Fita 'A'
med campanha italia Medalha da Campanha da Itália
med puc Presidential Unit Citation (EUA)
med air medal usa Air Medal (EUA)

 

Sei que vou morrer, mas quero ir para a Itália

(pelo Maj. Brig. Ref. Rui Barbosa Moreira Lima)

Nasceu em Manaus, em 14 de Setembro de 1922. Não constava na relação de voluntários do 1o Grupo de Caça. Quando estávamos quase concluindo o Curso de Caça nos Estados Unidos, recebemos quatro pilotos de Natal que vieram reforçar o efetivo do 1o Grupo de Caça. No dia 14 de Agosto de 1944 eram incorporados ao quadro de pilotos, entre outros, o 2o Ten. Av. Waldyr Paulino Pequeno de Mello, que cumpriu apenas uma missão de guerra.

Esses novos elementos chegaram a Suffolk (USA) e iniciaram o treinamento. Como o tempo era curto, fizeram apenas o solo no P-47 e algumas horas extras como adaptação.

A idéia do Estado-Maior da Aeronáutica era a de mantê-los nos Estados Unidos para concluir o Curso de Caça. Entretanto, o Brig. Nero Moura, com base na experiência já adquirida e conhecedor do passado de vôo dos novos pilotos, assumiu a responsabilidade de levá-los apenas com aquelas minguadas 10 horas de P-47, treinando-os no próprio Teatro de Operações.

Na divisão de esquadrilhas, Waldyr foi escalado para voar na Verde, do Lagares. Dei-o pronto para o combate, apresentando-o ao Lagares. Este fez o teste final e o passou ao Oficial de Operações – Cap. Av. Oswaldo Pamplona Pinto. Daí foi um pulo para voar sua primeira missão de guerra. Em 13 de Novembro de 1944 tive a satisfação de ter o Waldyr como meu ala em uma missão de reconhecimento sobre o Vale do Pó até o Passo de Brenner, com o 1o Grupo de Caça voando com 12 aviões. Waldyr portou-se como um veterano.

Três dias após ter voado sua primeira missão, a Esquadrilha Verde recebeu ordem para fazer um "vôo de show" para ser filmada por cinegrafistas americanos. O Waldyr estava a bordo do C-47 americano com os fotógrafos. Lagares, liderando a Verde, fez a primeira aproximação, com a formatura de quatro aviões. Nossa velocidade correspondia ao dobro da do C-47. Quando chegamos a uns 100 metros do C-47, prontos para a passagem inicial, notamos que essa aeronave fez pequena curva em direção ao rumo da esquadrilha.

Como a velocidade de aproximação era grande, a tentativa de desviar a esquadrilha não impediu que a asa do P-47 do no 2 (Perdigão) batesse na do C-47.

Foi o início da tragédia. A esquadrilha espalhou-se no ar. Vi o Perdigão saltar de pára-quedas e o C-47 entrar em violento parafuso para o lado da asa atingida. O C-47 rodou até chocar-se violentamente contra o solo. A bordo, o Waldyr e o Rittmeister...

“Sei que vou morrer, mas quero ir para a Itália".
Essas foram várias vezes suas palavras. Infelizmente, acertou...