Roberto TORMIM Costa - 2º Tenente Aviador da Reserva Convocado
* 07/06/1924 (Araguari, MG) - † 29/04/1946 (Rio de Janeiro, RJ)

 

veteranos 45 santos

Família:

Filho de Leovegildo Alberto da Costa e Maria de Avila Tormin Costa.  

Antecedentes: 

Aspirante a Oficial da Reserva Convocado da turma de 1944.  

Na guerra:

Exerceu a função de Piloto de Combate da Esquadrilha Verde com o código D1 (2º). Realizou 65 missões de combate, a primeira em 01/01/1945 e a última em 02/05/1945. Apresentou-se em Pisa em 25/12/1944, vindo diretamente de centro de treinamento nos EUA.  

No pós-guerra: 

Ao regressar ao Brasil, serviu na Base Aérea de Santa Cruz como Instrutor para Pilotos de Caça. Faleceu em acidente durante treinamento quando ao passar pelo topo de um looping, seu nº 2 engavetou seu avião no dele, causando a queda de seu avião.

Promoções:  

21/05/1945 2º Tenente da Reserva Convocado

Condecorações: 

med cruz aviacao a Cruz de Aviação Fita 'A'
med campanha italia Medalha da Campanha da Itália
med dfc usa Distinguished Flying Cross (EUA)
med air medal usa Air Medal (EUA)
med puc Presidential Unit Citation (EUA)

 

TORMIM E OS MUSTANGS

(Pelo Maj.-Brig. Rui Barbosa Moreira Lima in "Senta a Púa")

Roberto Tormim Costa voou pela primeira vez nos Estados Unidos. Lá também fez o Curso de Caça. Chegou a Pisa em 1945. Foi escalado para voar na Green Flight (Esquadrilha Verde). Em sua primeira missão, acertou bombas no objetivo e explodiu dois caminhões com tiros de metralhadora. Lagares comentou: “Esse vai longe. Nasceu Veterano: Era um guri de 18 anos. Veio ali do outro lado, de Niterói, esse país amigo tão elogiado por Cauby.

Certa vez, em Pisa, apareceu um par de Mustang, sobrevoando a base, em acintoso desafio aos P-47 do 350th Fighter Group. Alguns americanos decolaram para enfrentá-los num combate aéreo simulado. Vôo a baixa altura, bem ao gosto dos P-51. Seus pilotos tinham consciência dessa vantagem. Após “abaterem” um a um os P-47 americanos, Tormim decolou para um vôo local de experiência. Os Mustang partiram para atacá-lo.

O garoto manobrou rápido, evitando a primeira rajada de “metralhadoras do inimigo”. Fechou a curva no limite máximo que o P-47 podia dar e encaudou o número dois daquele elemento abusado. Passou por ele como se tivesse abatido e encaudou o líder. O combate foi renhido e feroz. Cada um dos Pilotos dava o que tinha em habilidade. Dois Pilotos de Caça brincando, dando um show para a base, para Pisa inteira.

O ronco dos motores despertou os pilotos que estavam no chão. Não houve um que não estivesse vidrado naquela cena maravilhosa. E Tormim venceu.

Quando os “inimigos” pousaram, vieram à sala de operações do 1o Grupo de Caça conhecer aquele valente opositor. Minutos depois outros companheiros do 350th também compareceram. Foi uma alegria aquele encontro. Todos se congratulavam com o jovem piloto brasileiro. Os mais entusiasmados eram os Pilotos dos Mustang. Ambos serviam em Foggia e eram veteranos de batalhas aéreas sobre Nuremberg, Stuttgart e Munique, em missões de escolta às Fortalezas-Voadoras. Ficaram admirados com a combatividade e habilidade de Tormim.

Bem que o Lagares falou: “Esse vai longe. Nasceu Veterano. Voou 66 missões na Itália”. Verificando os relatórios de guerra nos arquivos do 1o Grupo de Caça de Santa Cruz, encontramos um aproveitamento de bombardeio picado e tiro terrestre de mais de 90% para o Tormim. Foi meu ala em várias missões. Com ele ao lado sentia-me seguro. Tinha certeza de que se engajasse um combate aéreo, teria a retaguarda coberta por extraordinário Piloto.

Quando regressou ao Brasil, continuou na Caça. No Estágio de Seleção para Pilotos de Caça em Santa Cruz foi um dos melhores comandantes de esquadrilha na instrução. Um dia, ao realizar manobras acrobáticas com sua esquadrilha, desdobrada em cobrinha, ao passar pelo topo de um looping, o número dois “engavetou” seu avião no dele. Aquele abraço das máquinas ceifou a vida de dois jovens Pilotos. Um deles era nosso Tormim. Esse fato aconteceu no dia 29 de Abril de 1946.

Infelizmente não foi longe como esperava o Lagares. Ao contrário, morreu cedo demais. Foi uma pena. É sempre lembrado por nós. Cada “6 de Outubro” gritamos um Adelphi em sua homenagem. O Adelphi é a linguagem sincera que os Jambocks Veteranos da Itália usam para saudar os companheiros mortos”.